Campo Grande, 04/05/2024 07:01

Blog do Manoel Afonso

Opinião e atitude no Mato Grosso do Sul

Política

Política • 18 dez, 2020

Candidatos com apoio do governo saem na frente por Câmara e Senado


Lira sai na frente entre deputados  –  Alcolumbre articula por Pacheco

Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre tentavam recondução às lideranças da Câmara e do Senado.Pedro França/Agência Senado

Desde que o STF (Supremo Tribunal Federal) barrou a candidatura dos atuais presidentes da Câmara e do Senado para mais um mandato nos cargos, as negociações para sucedê-los se intensificou. O deputado Arthur Lira (PP-AL), por exemplo, anunciou a candidatura e já angariou mais de 200 votos em seu favor. Disputa com nome ainda desconhecido de grupo encabeçado por Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Receba a newsletter do Poder360

No Senado, a corrida eleitoral está menos avançada. Ainda não há decisões de bancadas completas para os candidatos postos. Quem sai na frente é o grupo do atual presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP), que apadrinhou a candidatura de seu correligionário Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Sua equipe conta com pelo menos 20 votos, mas de apoios individuais.

Do outro lado, o MDB, maior partido da Casa –que tradicionalmente ocupa o cargo– ainda não decidiu quem apoiará de seus 4 nomes possíveis. Eduardo Braga (AM), Eduardo Gomes (TO), Fernando Bezerra (PE) e Simone Tebet (MS), começaram suas próprias campanhas para tentar angariar os 41 votos necessários para se tornar presidente do Senado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Contando as bancadas dos partidos que estão em torno de cada grupo político que disputa a presidência da Casa, Arthur Lira tem 204 votos. O bloco de Rodrigo Maia, 146. O Drive não considerou os 12 deputados suspensos do PSL.

A esquerda se uniu contra Lira. PT, PSB, PDT, Psol e PC do B ainda não anunciaram apoio ao grupo de Maia, mas tendem a embarcar no candidato desse bloco ao menos no 2º turno. Os mais cotados são Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP). Confirmado o movimento, o jogo penderá para o lado de Maia.

Deputados do PSB já se mostraram simpáticos a Lira. O Solidariedade, que está no bloco do pepista, ainda quer ouvir os outros concorrentes. Esses são exemplos de como o cenário é fluido.

Como a votação é secreta, deputados podem votar contra a orientação dos partidos sem serem punidos. Mas os blocos são importantes para garantir espaços como cargos na Mesa Diretora e presidências de comissões.

As eleições da Câmara e do Senado estão marcadas para 1º de fevereiro de 2021. Quem for eleito terá mandato de 2 anos.

SENADO FEDERAL

Na Casa, o mais adiantado é Rodrigo Pacheco. A equipe de Alcolumbre conta pelo menos 20 votos em seu candidato à presidência segundo apurou o Poder360. Ainda não há bancadas fechadas em torno do projeto demista, mas o amapaense coleciona indicações de votos individuais. Para que um candidato seja eleito precisa de 41 votos.

Os apoios que Alcolumbre tem conseguido vêm a conta-gotas por estratégia do próprio senador. O congressista tem conversado individualmente com seus colegas para tentar viabilizar seu sucessor.

Ao seu lado tem o presidente Jair Bolsonaro. Este prometeu ao amapaense uma vaga na Esplanada em 2021. O atual presidente do Senado, que deixa o posto em 1º de fevereiro, poderá escolher a pasta que desejar.

Aliados de Alcolumbre entendem que ele deve pedir para ser articulador político de Bolsonaro, função hoje desempenhada pelo general Luiz Eduardo Ramos, que é ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, com sala no 4º andar do Palácio do Planalto.

Até o final de janeiro, Alcolumbre está comissionado para ajudar a coordenar a escolha de um candidato a presidente do Senado pelos próximos 2 anos. A eleição é em 1º de fevereiro.

Nesta 4ª feira (16.dez), representantes do partido se reuniram e anunciaram que terá um único nome. A promessa foi recebida com desconfiança por alguns senadores, principalmente os mais ligados a Alcolumbre.

O fato é que a partir do acordo, os 4 nomes postulantes dentro da sigla, Eduardo Braga (AM), Eduardo Gomes (TO), Fernando Bezerra (PE) e Simone Tebet (MS), começam suas próprias campanhas para tentar angariar os 41 votos necessários para se tornar presidente do Senado.

Saem já com 13 votos, por serem da maior bancada da Casa, se conseguirem angariar apoios de grandes partidos que estão indecisos como o PSD, que tem 12 senadores, o Podemos, que tem 10 votos (e resistência a estar ao lado de Bolsonaro), o PP e o PSDB, com 7 votos cada (podem se cacifar e atrair a atenção do Planalto).

Outro player decisivo na tentativa de alcançar a quantidade de votos necessária é a oposição. Os partidos do bloco irão se reunir em 23 de dezembro para fechar a quem darão apoio na eleição. Reunirão-se PT, Rede, Cidadania, PSB e PDT. Juntos, têm 15 votos.

A ideia é ter posição única, o que é difícil de acontecer já que dentro da oposição há senadores que já prometeram apoio ao candidato de Alcolumbre. O PT, por exemplo, que é a maior bancada desse grupo com 6 senadores, cogita seguir com Pacheco apesar de ainda não ter anunciado posicionamento oficial.




Deixe seu comentário