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Política • 27 mar, 2023

Deputada aborda o retrocesso da educação inclusiva no projeto prefeitural


Lia Nogueira participou de audiência pública sobre o tema em Dourados

Deputada Lia Nogueira (PSDB) durante evento  na Câmara (Foto: Edio Fazan)

A deputada estadual Lia Nogueira (PSDB) participou na quinta-feira (23) da audiência pública “Projeto de Lei da Educação Especial”, na Câmara Municipal de Dourados, para debater a alteração da Lei 118/2007, que muda as funções e atribuições do professor da educação especial para professor de apoio pedagógico educacional, proposta pela administração municipal.

A parlamentar tem a Educação como uma das áreas de atuação em seu mandato.

Na rede municipal de ensino existe uma política da educação inclusiva, e é em defesa dessa política que estamos aqui. É um legado que minha mãe, a professora Elza Pedrozo, um dos principais nomes da educação inclusiva no Estado, deixou. Ela foi uma das pessoas que levantaram a importância do professor apoio na sala de aula para que a criança especial fosse inserida no ensino regular e tivesse os mesmos direitos de uma criança que não tem problema algum. Nós estamos tratando de uma questão muito séria”, enfatizou Lia Nogueira.

A audiência foi proposta pelo vereador Elias Ishy (PT), com a participação do vereador Olavo Sul (MDB) e do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados).

De acordo com a deputada, o município está querendo destruir uma política que foi feita para acolher e defender o direito ao ensino público de qualidade para as crianças especiais, ao acabar com papel do professor de apoio e criar a função de mediador.

A professora Maria Suely Lima da Rocha destacou que para desempenhar a função, os educadores fazem capacitação, a fim de oferecer o necessário para o aluno atípico.

“Estão querendo fazer um concurso para fazer do professor um mediador e tirar o avanço que as crianças especiais tiveram, o de ter um professor. Estamos retrocedendo! Todo estudo que fizemos, como pós-graduação, não valeram de nada”, afirmou.

Mãe de uma criança atípica, Hederléia Sanabria Nantes, reforçou que por conta da falta de apoio e oferta de terapia para as crianças, por parte da rede pública de Saúde, a escola talvez seja a única oportunidade que muitas terão de receber estímulos adequados.

“Não é a realidade de uma criança que tá na periferia, por exemplo, que a mãe depende do posto de saúde e só consegue ir administrando com medicação. A escola é a única esperança dela ter esse treinamento, com um professor especializado em alfabetização e que tem todo esse conhecimento, que estudou, porque a gente sabe que não é uma licenciatura normal. Uma licenciatura simples você não vai ter treinamento especial para atender todos os tipos de necessidade dessa criança desde a fala, a audição e a comunicação, seja ela verbal ou não”, destacou Hederléia.

Ela completou que as crianças precisam ser alfabetizadas com o uso de técnicas adequadas, aplicadas por professores especialistas, principalmente por não poderem contar com terapias específicas. “Essa é a realidade de Dourados, a criança não tem acesso ao básico, pelo município, então quando ela vai para escola ela precisa pelo menos ter um intermediador que tenha conhecimento”, frisou




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