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Política • 12 abr, 2023

Deputados estaduais debatem onda de ataques em escolas


 

Na sessão ordinária desta quarta-feira (12), os deputados estaduais  debateram a necessidade de unir forças para garantir a segurança no ambiente escolar. João Henrique (PL) foi om primeiro a abordar o assunto e fez um apelo para que o Estado insira no orçamento investimentos, como botão de pânico, armas de choque, câmeras de vigilância, detectores de metais e policiamento nas escolas públicas e creches de Mato Grosso do Sul.

“Precisamos nos unir para fortalecer a segurança das nossas crianças nas escolas, criando mecanismos para contenção das ameaças e ataques. Temos segurança em bancos e nos espaços públicos, como nas Assembleias Legislativas. No entanto, as escolas estão vulneráveis. Estamos protegendo mais o dinheiro de papel e os parlamentares, esquecendo de zelar pela vida das crianças. Isso é inadmissível. Não podemos deixar mais crianças serem mortas porque seus representantes não agiram ou não se uniram”, disse João Henrique, que apresentou ontem vários projetos que tratam da proteção de estudantes e professores nas unidades escolares (veja aqui).

Pedro Kemp (PT) também fez o uso da tribuna para defender medidas de inteligência para detectar grupos que aliciam jovens extremistas e o oferecimento de tratamento psicológico aos alunos que necessitam de atendimento especializado. Segundo ele, pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) revela que jovens são cooptados por células neonazistas no país. “Grupos extremistas de direita influenciam meninos com perfil psicológico violento e que buscam notoriedade. Por isso, é preciso derrubar contas e plataformas de grupos neonazistas que seduzem os jovens para a prática de ataques e massacres”, afirmou.

Para o presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro (PP), e o presidente da Comissão Permanente de Segurança Pública e Defesa Social, Coronel David (PL), a responsabilidade não está somente na mão do Poder Público, mas depende das famílias e da sociedade. “Ouvi professores clamando aos pais que revistem as mochilas e fiscalizem os celulares dos filhos. A sociedade está doente, o assunto é complexo, vivemos uma avalanche de ideologias que comprometem o bem-estar das pessoas. É preciso convocar sociedade, famílias e especialistas para encontrarmos uma solução conjunta”, disse Gerson.

Zé Teixeira (PSDB), Rafael Tavares (PRTB) e Lia Nogueira (PSDB) reforçaram a importância de a Assembleia Legislativa participar do plano de segurança a ser apresentado pelo Governo do Estado. Mara Caseiro (PSDB) e Gleice Jane (PT) defenderam o fortalecimento das equipes multidisciplinares nas escolas. Junior Mochi (MDB) também fez questão de posicionar sobre assunto, defendo o enfrentamento junto com a sociedade. “Temos um Observatório na UFMS [Universidade Federal de Mato Grosso do Sul] que pode fazer uma radiografia precisa sobre a violência nas escolas. Igrejas, Clubes de Mães e Associações podem colaborar para esse enfrentamento. Não se pode ficar restrito à política. A sociedade está amedrontada. Somente com a união de propósitos e ações poderemos vencer essa triste realidade”, disse Mochi.

Como presidente da Frente Parlamentar Interestadual de Mobilização Nacional Pró-Criança e Adolescente (Fenacria), o deputado Lidio Lopes (Patriota) revelou a preocupação com a propagação do assunto nos veículos de comunicação. “Também é necessário monitorar essa propagação de notícias, que estão deixando todos em pânico e podem até incentivar criminosos”, falou. Ao fim da sessão ordinária, Renato Câmara (MDB) usou a tribuna para informar que irá debater o assunto em audiência pública no dia 27 de abril, no município de Dourados. “Defendo a implantação de um Programa Estadual que ouça ativamente os atores da área educacional, aproximando pais e professores, em um diálogo que envolva também as forças policiais. Existem diferentes pensamentos que precisam ser discutidos dentro da escola. Vejo a necessidade de criar um plano de ações estratégicas a curto, médio e longo prazos. O que vai fazer diferença é a mudança de atitude e a forma de ensino que está em cheque”.




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