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Política • 30 set, 2024

Esperança de candidato é reverter no TSE


Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso do Sul manteve, por unanimidade, a inelegibilidade do vereador Tiago Vargas (PP), que havia sido o mais votado na última eleição municipal. Vargas teve sua candidatura à reeleição indeferida pela Justiça Eleitoral devido à sua exoneração do cargo de policial civil durante a gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB). A decisão impede Vargas de disputar as eleições e anula seus votos, caso não consiga reverter a decisão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Inelegibilidade de Tiago Vargas

Tiago Vargas, conhecido por seu discurso crítico a figuras políticas como Reinaldo Azambuja e outros acusados de corrupção, alegou ser vítima de perseguição política após sua exoneração. No entanto, ele não conseguiu reverter a demissão na Justiça. Em 2022, Vargas também foi impedido de assumir um cargo como deputado estadual, mesmo após obter mais de 18 mil votos. Na ocasião, seus votos foram anulados, e a vaga foi ocupada pelo suplente, Pedro Pedrossian Neto (PSD).

Nas eleições de 2024, o TRE novamente indeferiu sua candidatura, argumentando que Vargas continua inelegível devido à sua situação funcional. Ele recorreu da decisão, o que permite que seu nome ainda esteja nas urnas. Contudo, caso o TSE mantenha a inelegibilidade, seus votos serão anulados mais uma vez.

Democracia Cristã perde 40% dos candidatos

Além de Vargas, o partido Democracia Cristã (DC) enfrentou outro revés significativo nas eleições municipais de Campo Grande. A Justiça Eleitoral indeferiu 40% dos candidatos a vereador do partido, que contava com 30 candidatos inicialmente. Após a decisão, o DC perdeu 12 candidatos, restando apenas 18 postulantes na disputa por uma das 29 vagas na Câmara Municipal.

O candidato do partido à prefeitura de Campo Grande, Ubirajara Martins, ainda segue na disputa, mas o enfraquecimento da legenda devido ao corte de quase metade de seus candidatos a vereador representa um grande desafio.

Renúncias de veteranos e lideranças

As renúncias de figuras importantes também estão marcando o cenário eleitoral de Campo Grande. O ex-vereador Paulo Pedra (União Brasil), uma das principais lideranças políticas da Capital, renunciou à sua candidatura. Pedra foi substituído por Professor Edson Maciel. A decisão de renunciar surpreendeu parte do eleitorado, já que Pedra era conhecido por sua longa trajetória política.

Outro que também desistiu da candidatura foi o pastor Wilton Melo Acosta (Republicanos), líder evangélico que já havia disputado diversas eleições. Ele justificou sua decisão alegando “motivos de ordem pessoal e estratégica”.

policial militar Marcelo Goes, conhecido como Cabo Goes, também renunciou após não conseguir a autorização da Polícia Militar para concorrer. Segundo Goes, a Lei Complementar 053/90 exige um mínimo de cinco anos de serviço na PM para que o policial possa se afastar temporariamente e disputar eleições sem risco de exclusão. Ele contestou a decisão da corporação, alegando que já cumpriu o tempo necessário de serviço, mas optou por acatar a determinação.

Impacto político

O indeferimento de Tiago Vargas, o corte de candidatos do Democracia Cristã, e as renúncias de nomes importantes como Paulo Pedra e Wilton Acosta podem ter um impacto profundo na configuração política de Campo Grande. As eleições municipais de 2024 estão marcadas por desafios jurídicos e estratégicos que afetam partidos e candidatos, em um cenário de alta competitividade.

Justiça Eleitoral segue monitorando o processo, com possibilidade de novos recursos e decisões que podem modificar o panorama eleitoral nas próximas semanas.




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