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Opinião e atitude no Mato Grosso do Sul

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Artigos, Política • 22 fev, 2021

O Brasil precisa de uma ditadura?


(Claudio Henrique de Castro) – Precisamos de uma ditadura no Brasil para fechar o Congresso Nacional e o Supremo
Tribunal Federal e colocar ordem na casa?
Onde viriam os quadros de servidores para fazer isto? Das polícias militares e civis, das
milícias, das forças armadas, da sociedade civil?
O que teríamos numa ditadura?
Um poder executivo sem responsabilidade com a saúde pública, nomeando
apaniguados incompetentes e dos partidos tradicionalmente corruptos, veríamos o patrimônio
nacional dissolvido como a venda das joias da vovó?
Ministros mentindo em seus currículos, a imprensa desrespeitada, o poder judiciário
sofrendo chacotas e escárnios, alguns membros de instituições alinhadas com o poder fariam
grampos ilegais e manipulariam processos penais e eleitorais, a indústria nacional sucumbiria
aos interesses de corporações amigas do poder?
Certamente numa ditadura o meio ambiente seria devastado sem limites, Amazonas,
Pantanal, o garimpo e a grilagem do agro pop em terras públicas e indígenas.
A expansão e a liberação das armas para grupos politicamente alinhados com o poder.
Veríamos entrevistas do ditador em cercadinhos com bravatas e fanfarronices com a
claque ora rindo, ora aplaudindo.
As famílias do ditador e de seus aliados? Todos impunes ou com processos penais a
passos de tartaruga, aguardando a sagrada prescrição dos seus crimes.
Políticos com dinheiros nas cuecas seriam perdoados, tacitamente, ou pelo decurso
das investigações. Empresários amigos do poder venceriam licitações, direitos trabalhistas e
sociais seriam revogados, os controles fiscais do estado seriam elásticos e flexíveis.
E a liberdade de expressão? Desde que alinhada com o poder não haveria problemas,
mídias que criticassem o governo não ganhariam propaganda oficial.
Os livros seriam reeditados para recontar os fatos históricos e revelar as “verdades”, as
pesquisas científicas nas universidades seriam paralisadas ou receberiam parcos
investimentos.
As religiões aliadas do poder teriam lugar nos poderes executivo, legislativo e
avançariam no judiciário, terrivelmente religiosos seriam nomeados para garantir a nova moral
da família brasileira.
Se o povo não se convencesse, teríamos centrais de informações falsas disparando
milhares de notícias favoráveis ao poder de plantão e inventando coisas das oposições para
garantir o elevado índice de popularidade às custas de mentiras e de sucessivas reeleições.
Em meio a qualquer crise na saúde pública o poder poderia negar a pandemia e dar as
costas para a vacina ou outros meios elementares de prevenção, morreriam milhares de
pessoas.
A terra seria plana e ninguém reclamaria disso, astrólogos e filósofos sem diploma
seriam os gurus desse governo, bombados e musculosos exibiram suas armas e fariam
bravatas contra os poderes que ainda restassem.
A economia sucumbiria, sem críticas ou comentários da mídia e dos jornalões nutridos
pelos recursos públicos.
A história se repetiu? De 1964 (2016) que quatro anos depois experimentou o Ato
Institucional n. 5 em 1968 (2020)?
Bem-vindo ao Brasil da “nova” política.




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