Campo Grande, 21/05/2025 06:48

Blog do Manoel Afonso

Opinião e atitude no Mato Grosso do Sul

Política

Política • 02 maio, 2025

O julgamento de Frinéia


Cláudio Henrique de Castro –

Frinéia nasceu na Grécia em 358 a.C. quando jovem foi para Atenas e
diante de sua beleza, após um romance com Dinias, tornou-se rica e iniciou
uma vida como grande cortesã.

Em troca de uma noite de amor com ela os interessados tinham que
depositar tesouros a seus pés.

Seus vestidos lhe encobriam totalmente o corpo e um xale, o pescoço,
jamais foi aos banhos públicos.

O povo sabia de sua beleza, mas apenas de ouvir dizer.
Eutias quis comprar seus serviços de forma grosseira, e ela o recusou.

Resultado, por ele foi acusada de desrespeitar as festas sagradas a
Ceres.
Foi a julgamento, aos 33 anos, a acusação poderia lhe custar a vida.

A defesa foi confiada a Hipérides, um dos dez grandes oradores gregos.
O tribunal era composto de 200 membros.

O tempo para a defesa era de seis minutos, marcados em um vaso de
água que ia aos poucos se esvaziando.

Tempo esgotado, seu defensor ordenou: – De pé, Frinéia!

E dirigiu-se ao tribunal: – Ainda não terminei a minha defesa. Não!…
Ainda me resta alguma coisa para concluir. E é esta a minha conclusão. Olhai,

olhai todos, admiradores de Afrodite, e mandai, depois, para a morte, se
puderdes ousar, aquela que a própria Vênus não recusaria como irmã!

Olhai que perfeição de formas que tem esta mulher; se tendes ânimo,
sentenciais que elas sejam, antes do tempo, desfeitas pela morte!

E neste instante, com um gesto rápido, arrancou do corpo divinal da
acusada a túnica e a sua saia e desvendou a todos os olhares deslumbrados
os encantos da beleza inigualável de Frinéia.

Tomados de um teor supersticioso e extasiados pelas inigualáveis
belezas da cortesã, a absolveram.

Olavo Bilac, eternizou em versos: Pasmam subitamente os juízes
deslumbrados, -Leões pelo calmo olhar de um domador curvados: Nua e
branca, de pé, patente à luz do dia, Todo o corpo ideal, Frinéia aparecia, Diante
da multidão atônita e surpresa, No triunfo imortal da Carne e da Beleza.




Deixe seu comentário