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Saúde

Saúde • 15 maio, 2020

Santa Casa é afetada por problemas no fornecimento de máscaras e aventais



Associação beneficente Santa Casa (ABCG) de Campo Grande fez a compra de máscaras – que são essenciais no momento de pandemia do coronavírus – de uma empresa de produtos médicos de Dourados, mas passados quase uma semana do prazo de entrega só haviam recebido parte da encomenda, apesar da unidade ter pago por todas antecipadamente.

Conforme apurado pelo Correio do Estado, a compra de 50 mil equipamentos foi feita no dia 2 de abril, com prazo para entrega no dia 9. Até esta quinta-feira (14), eles tinham recebido 41.850 mil máscaras. Não há previsão de entrega das 8.150 restantes. Inclusive, 7,9 mil máscaras foram entregues hoje. “Cada semana eles dão uma desculpa. E os médicos precisam urgente dessas máscaras”, disse fonte ouvida pela reportagem.

Ela também disse que além do atrasado, algumas máscaras estavam fora do padrão exigido pelo hospital e órgãos de qualidade. “Passou pelo engenheiro de segurança do trabalho, mas com laudo de eficiência de filtragem de 73%, não aceito pela legislação”, disse sobre as máscaras entregues nesta quinta. “Pelo que entendi, ou a Santa Casa aceita as 7.900 máscaras fora do padrão ou eles ficarão só com as 750 máscaras cirúrgicas do estoque […] Eles usam cerca de 1 mil por dia”, contou.

Em nota, a Santa Casa confirmou que enfrenta problemas com fornecedores de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). “A Santa Casa de Campo Grande, assim como outros hospitais no país, tem enfrentado dificuldade no recebimento de materiais como máscaras e capotes (avental) neste momento de pandemia. Temos recebido lotes danificados e em desconformidade com a padronização da Anvisa que estão sendo devolvidos aos fornecedores, que já estão providenciando as trocas”, diz a nota enviada ao Correio do Estado.

Correio do Estado tentou contato com a empresa em questão, porém as ligações não foram atendidas. A Santa Casa reiterou que tem além da empresa citada, enfrenta problemas com outros fornecedores de EPI’s.

CASO SEMELHANTE

A prefeitura de Campo Grande denunciou a empresa Pacotão Comércio e Produtos de Higiene e Limpeza após não receber R$ 2,3 milhões em máscaras adquiridas em processo de compra emergencial. Sem o produto, a Pacotão desistiu do certame, o que levou ao cancelamento.

Em documento encaminhado à Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) a Pacotão alegou que a fornecedora tinha disponibilidade de entrega que lhe daria margem de lucro considerada razoável. Mas após a licitação, a fornecedora da empresa suspendeu o processo de venda.

Diante da negativa, a Pacotão procurou outros fornecedores, mas os preços encontrados superavam a cotação acordada com a prefeitura. De R$ 89 solicitados, a empresa chegou a encontrar a unidade da caixa a R$ 140 em uma das fornecedoras. A justificativa seria a falta de matéria-prima e o alto custo dos insumos para prevenção da Covid-19.

Apesar disso, a prefeitura informou que a desistência não coloca em questionamento a idoneidade da Pacotão, já que todos os requisitos legais foram cumpridos. A notificação de cancelamento do processo está sendo encaminhada à empresa nesta quinta-feira (14).

*Matéria alterada às 17h46 para acréscimo de informação.




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