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Opinião e atitude no Mato Grosso do Sul

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Artigos • 14 abr, 2023

Um Grande Condomínio Chamado Brasil


Por condomínio, devemos entender que se trata de um espaço dividido por diversos
proprietários, com áreas de convivência em comum. Uma definição genérica em se
tratando de moradores em edifícios e casas residenciais em qualquer cidade deste
imenso país. Contudo, para manter em perfeito equilíbrio, necessário torna-se a
existência de um administrador eleito pelos moradores a quem compete seguir tudo o
que está previsto no regulamento aprovado em reunião de todos os moradores, cujo
livro de atas deve reproduzir fielmente a vontade de todos.

Qualquer cidadão ou cidadã que já tiveram a experiência de ter desempenhado a
função de Síndico, conhece as dificuldades de manter a comunidade em perfeita
harmonia, eis que, são seres humanos, portanto, falíveis, e nem sempre a solução de
um problema ocorre sem algum tipo de traumas; portanto, uma missão um tanto
quanto espinhosa, onde o gestor exerce a função de polícia, de delegado, de promotor
e até mesmo de juiz, onde nem sempre sua decisão é unânime entre os moradores.
Casos existem, onde até a intervenção policial se faz necessária.

Administrar um condomínio com 50, 100, 500 moradores, não é uma tarefa fácil, por
isso, podemos imaginar como é difícil administrar uma cidade com qualquer número
de habitantes, onde as necessidades da população ultrapassam a capacidade de absor-
ção pelo Poder Público, tanto pelo aspecto econômico, como político e social. Onde
as divergências surgem, dando origem as oposições e o surgimento de verdadeiros gar-
galos para a solução de tantos problemas que passam a ser considerados na opinião
dos moradores que dispõem de um instrumento capaz de tirar de sena, os maus gesto-
res: o título eleitoral.

Senhores leitores, vamos imaginar como administrar os anseios de 215 milhões de
moradores espalhados por uma área de 8.516.000 Km2 em 27 Estados e de 5.500 mu-
nicípios, onde a população apresenta um crescimento desordenado e uma injusta
distribuição de rendas que pode ser constatada pelo constante crescimento da base
da Pirâmide Social do Brasil. As Políticas Públicas adotadas pelos governantes, não
conseguem reverter tal situação, cujas dificuldades econômicas/financeiras, inibem a
consecução de grandes projetos previstos no Orçamento da União.

Levantamentos efetuados recentemente, dão conta de que nada menos de 14.000
obras estão paralisadas por todos os Estados da Federação. Basta que voltemos a aten-
ção para a construção do Hospital do Trauma, um anexo a Santa Casa, que consumiu
nada menos do que 25 anos para sua conclusão. Para atender a demanda por parte
dos senhores congressistas, os diversos presidentes têm que se submeter as pressões
da classe política partidária, para conseguir aprovação de projetos que consideram de
importância para o desenvolvimento do país.

Há muito tempo ouvimos falar em Corredor Bioceânico, que nos conectariam ao Porto
de Antofagasta, no Chile. Porém, esse importante projeto nasceu durante a gestão do
Barão do Rio Branco, Ministro das Relações Exteriores do Brasil de 1902 a 1912.

Passados 120 anos, tal projeto ainda se encontra na fase da esperança para que as nossas
exportações de carne, soja e ferro ligas, sejam mais competitivos, reduzindo o tempo
de viagem pelos Oceanos Pacífico e Atlântico, reduzindo em 30% a distância até o
Porto Chileno de Antofagasta. Como se vê, como é difícil administrar o Condomínio
chamado Brasil.

BENEDITO RODRIGUES DA COSTA
Economista




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