Campo Grande, 06/05/2024 04:28

Blog do Manoel Afonso

Opinião e atitude no Mato Grosso do Sul

Artigos

Artigos • 27 abr, 2023

A “NOVA” FERROVIA


Ontem (acho que) houve uma audiência "pública" (leiam com ironia…) sobre
uma nova ferrovia em Mato Grosso do Sul.
Quando li essa notícia, mais aumentou a minha decepção, tristeza pela
oportunidade perdida e explico.

Esse "novo" traçado é exatamente aquele imaginado pelo meu bisavô
(sueco) Peter August Anderson, de Ekberg, para a Noroeste do Brasil.
A NOB imaginada por ele, sairia do porto de Paranaguá, rumo a região da
atual Dourados, dessa região sairia um ramal rumo a Assunção, e da região
de Campo Grande um ramal para Corumbá e outro rumo a Cuiabá, que aliás,
fato pouco conhecido, trecho que começou a ser construído na década de
30/40 e logo abandonado.

Infelizmente, esse traçado foi abandonado por pressão dos cafeicultores do
oeste paulista, que forçaram o caminho conhecido da NOB, pelo oeste
paulista e atingindo nosso Estado via Três Lagoas. Outro detalhe: como meu
bisavô trabalhou na construção da primeira grande hidrelétrica do mundo,
na Suécia, ele viu o potencial de construir uma hidrelétrica em Porto
Primavera, onde passaria a ferrovia, além da construção de vilas a cada 40
km junto com o parcelamento em pequenas propriedades ao longo do
trajeto, viabilizando economicamente a ferrovia. Desconsolado, abandonou
o empreendimento, casou-se em Aquidauana e montou uma olaria em
Nioaque, provavelmente uma das primeiras indústrias mecanizadas de Mato
Grosso.

Para situarmos historicamente: esse projeto foi pensado cerca de cinquenta
anos após a corrida de ouro para a Califórnia (EUA), ou seja, foi deixado de
lado uma oportunidade fantástica de desenvolvermos economicamente essa
região.

Mais uma ou a primeira das inúmeras oportunidades perdidas por Mato
Grosso e ESPECIALMENTE Mato Grosso do Sul. que ERA para ser um Estado
modelo e desenvolvido.

Agora temos o corredor do Pacífico, via rodoviária, que é bom, mas não
suplanta a opção ferroviária, cujos estudos (que participei em parte) foram,
ao que eu saiba, esquecidos.

Voltarei ao assunto da opção ferroviária para o Pacífico.

FAYEZ JOSÉ RIZK
Arquiteto e Urbanista.




Deixe seu comentário