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Blog do Manoel Afonso

Opinião e atitude no Mato Grosso do Sul

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Artigos • 24 maio, 2023

CHARLES DE GAULLE TINHA RAZÃO


Charles De Gaulle, General do Exército da França, e conhecido estadista, foi também
Presidente daquela importante Nação. Ela éra um pacifista, e, nos momentos de crises
política no seu país, ele sempre era chamado para acalmar os ânimos daqueles mais
exaltados. Ele preferia o diálogo, porém, foi um comandante de pulso firme, sendo que
suas opiniões ou as suas ordens, sempre foram respeitadas. De Gaulle esteve no Brasil
em visita oficial no início da década de 1960. Em uma de suas agendas, por motivos
não esclarecidos, mas que o aborreceu, ele pronunciou a célebre frase: “ O Brasil não é
um País sério.”

Hoje, a questão do racismo domina o país por inteiro, as declarações de políticos dos
mais altos graus da República, demonstram que a preocupação com o tema é realmen-
te muito relevante. Trata-se mesmo de uma questão de Direitos Humanos, a ofensa
que o craque de futebol do Real Madri, o brasileiro Vivi Junior, revoltou à todos, inclu-
sive as autoridades Espanholas, sede do famoso Clube, mundialmente conhecido. O te-
ma tomou conta do país, e não apenas as autoridades, mas também a população como
um todo. Foi uma Unanimidade.

Essas demonstrações de racismos nas arenas de futebol, tornou-se um lugar comum,
em todos os lugares do Planeta, essa reação sempre existiu. Recordo-me do Atleta do
Século, o nosso saudoso Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, o maior jogador de fu-
tebol de todos os tempos, quando entrevistado sobre o episódio em que a vítima do
racismo em uma arena no Rio Grande do Sul, era o goleiro Aranha, ele assim respon-
deu: Acho que o Aranha exagerou, as vaias e os xingamentos fazem parte da cultura do
futebol. Eu viajei pelo Mundo todo, recebí tantos aplausos como vaias e xingamentos.
O público comparece aos Estádios para torcer, para aplaudir, e por que não para xingar
os adversários. Isso jamais mudará. Eu nunca me senti ofendido por isso.

Palavras do Rei do Futebol. Faço das minhas as palavras do Rei Pelé. Acho louvável as
manifestações contra o racismo, porém, isso deveria ficar restrito a CBF., entidade que
administra o futebol no Brasil. Por isso, para mim, fica nítida a hipocrisia daqueles que
se aproveitam de um fato como esse, para receber os holofotes. Aqui no Brasil, um Pa-
ís onde a pobreza cresce numa proporção geométrica, onde a fome tornou-se espectro
que atormenta milhões de brasileiros famintos, o tema vai para baixo do tapete, como
se estivéssemos num país das maravilhas, porém, é um País das Fantasias.

Resguardadas as devidas proporções, essa grita caberia como uma carapuça nas cabe-
ças da classe política carreirista, que deveriam levantar a voz em defesa dos Idosos que
contribuíram para ter uma aposentadoria digna pelo INSS, e hoje amargam um calote
que lhes foi aplicada pelo Congresso Nacional, com a criação da Lei do Fator Previden-
ciario em 1999. São 24 anos de penúrias, com o valor de seus benefícios sendo reduzi-
dos ano a ano. Quem já se encontrava aposentado nessa ocasião, com um teto de 10
salários mínimos, hoje, estão percebendo no máximo, 3 salários mínimos.

Onde estão essas autoridades que clamam por justiça para o nosso craque ofendido?
Precisam tomar consciência que aqui no Brasil, existem mais de 12 milhões de brasi-
leiros que pagaram, que contribuíram para os cofres públicos, e hoje, vítimas de uma
Legislação mal alaborada e injusta, que os Senhores Congressistas preferem fazer vis-
tas grossas. Charles De Gaulle tinha razão, sim, pois, O Brasil continua sendo um país
que não leva a sério os problemas dos seus cidadãos.

BENEDITO RODRIGUES DA COSTA
Economista




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