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Artigos • 19 jun, 2020

INCITATUS (artigo)


Calígula, imperador Romano, reinou de 37 a 41 depois de Cristo.

Ele amava seu cavalo Incitatus (impetuoso). Nomeou-o Consul.

Incitatus passou para a história como um excelente cavalo de corrida. Calígula ordenava absoluto silêncio em Roma na noite após as corridas equestres – para que Incitatus pudesse dormir o sono dos justos.

Se alguém fizesse barulho em Roma, seria condenado à morte.

Essa história poderia ser repetida.

Imaginem um presidente cavalo, assim como alguns deputados, senadores, governadores, prefeitos ou vereadores?

A política seria muito mais transparente e sincera.

E a pandemia presidente? Incitatus responderia com um relincho.

E a corrupção senador? Ele bufaria e balançaria a cabeça.

Caso alguém perguntasse algo que o cavalo não gostasse, ele seria direto: – dava um coice em seu interlocutor.

Nas comemorações nacionais o cavalo presidente e os seus aliados trotariam em grande estilo em meio às multidões.

A população votaria em peso nele e os tribunais aprovariam seus atos.

O presidente cavalo, ou cavalo presidente, governaria o Brasil por longo período. Ele e seus assessores.

Após a sua morte seria erguido um enorme monumento em Brasília. Suas fotos oficiais seriam eternizadas nas repartições públicas.

Mas, o governo de Incitatus tupiniquim, poderia ser interrompido?

Somente se as pessoas lúcidas acordassem e percebessem os descalabros da sua gestão equestre, entre relinchadas e coices, pela indiferença na morte de milhares de vítimas de um vírus que assolava o país.

Por Claudio Henrique de Castro




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