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Artigos • 23 fev, 2022

Ômicron representa o fim da pandemia de Covid ou será só mais uma variante?


(por Drauzio Varella_ –

Infelizmente podem surgir cepas mais contagiosas ainda, indiferentes à imunidade que adquirimos a duras penas

E agora? A ômicron será apenas mais uma das variantes a nos infernizar ou apontará para o fim da epidemia brasileira?

Essa pandemia nos ensinou que prever o futuro é tarefa inglória. Você, caríssima leitora, lembra que no início de 2020, quando nem havia vacinas, as previsões falavam de um pico de infecções e mortes, seguido da queda brusca do número de casos?

Enquanto aguardávamos o tal pico, o vírus acumulava mutações em silêncio que dariam origem a variantes mais contagiosas, como a delta, que se espalhou pelo mundo deslocando as anteriores. No final do ano passado diminuiu a procura por leitos hospitalares e a mortalidade caiu. Vários países afrouxaram as medidas de prevenção, para voltar atrás depois da euforia de fim de ano que ajudou a disseminar uma variante nova, muito mais contagiosa do que as anteriores: a ômicron.

Em mais de 50 anos de medicina, nunca vi uma virose se disseminar com tamanha rapidez. Ela, que era responsável por cerca de 1% dos casos de Covid ao redor do mundo, em duas semanas atingiu a marca de 50%. Em dois meses tinha espantado a variante delta, para se tornar presente em quase 100% dos casos. Virologista nenhum ousaria prever o aparecimento de um vírus que se disseminaria pelo mundo nessa velocidade.

O sucesso da ômicron se deve ao número de mutações sofridas. São cerca de 50, várias das quais em estruturas do vírus que funcionam como alvos para as vacinas. Com essas características, a vacinação e a doença prévia causada por outras variantes não foram capazes de proteger contra uma nova infecção. Não obstante, conseguiram reduzir a gravidade da doença.

Na fase em que nos encontramos podemos pensar em dois cenários: um pessimista, o outro não. No primeiro, surgirão novas variantes ainda mais contagiosas e, eventualmente, mais agressivas que perpetuarão nossas agruras sabe-se lá por quantos anos. O segundo acena para o fim da epidemia graças à vacinação somada ao grande número de pessoas imunizadas pela própria disseminação da ômicron.

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