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Política • 07 abr, 2020

Bolsonaristas votam contra homenagem a Mandetta


Durante a votação, o deputado Renan Contar (PSL) também foi contrário à moção. “Vou na mesma esteira do Coronel David, sou contrário a votação dessa moção”, declarou.

A homenagem foi idealizada pelo deputado Zé Teixeira (DEM), correligionário de Mandetta. O parlamentar alegou que o ministro “tem feito um belíssimo trabalho”.

Uma das maiores críticas dos deputados bolsonaristas é que Mandetta tem resistido ao uso da hidroxicloroquina. “A resistência do ministro ao uso da hidroxicloroquina no início do aparecimento dos sintomas pode comprometer esse combate ao coronavírus”, afirmou David.

O medicamento está sendo administrado por alguns médicos do mundo todo, esse é o caso do infectologista francês, Didier Raoult, pioneiro no uso da medicação que tem relatos de efeitos positivos no combate aos sintomas da Covid-19.

Outro relato que os parlamentares têm se embasado é o da operadora de saúde Prevent Senior, localizada em São Paulo-SP. A prestadora atende 25% dos idosos do estado e tem apresentado resultados positivos com o uso da hidroxocloroquina em pacientes que apresentam sintomas do novo coronavírus.

Em nota divulgada pelo G1, a Prevent Senior informou que “houve mais de 70 altas de pacientes que se recuperaram após o uso das duas drogas (hidroxicloroquina e azitromicina)”. E em vídeo divulgado nas redes sociais de Bolsonaro, o diretor-executivo e médico da operadora de saúde, Pedro Batista Júnior afirma que mais de 200 idosos tiveram alta após tomarem o medicamento. Ele afirma ainda que a maior eficácia ocorre quando a medicação é administrada nos primeiros dias que os sintomas aparecem.

O deputado José Carlos Barbosa, que também é do DEM, afirmou que não tem conhecimento da proibição do uso da cloroquina. “Ela está sendo utilizada, não há, da parte da Saúde, nenhuma restrição”, afirmou.

Ao ser indagado pela reportagem sobre o relacionamento do ministro com o presidente, Barbosinha disse que “desgastou a relação”.

Outro deputado que votou a favor da moção que parabeniza o ministro, é o parlamentar Rinaldo Modesto (PSDB). Porém, o tucano fez algumas ressalvas. “Acredito que o ministro deveria ouvir experiências realizadas por estes profissionais da saúde, pois temos visto relatos de resultados positivos”, afirmou.

Rinaldo disse também que, apesar das ressalvas, votar contra a moção “seria, ao meu entender, radicalizar”.

ECONOMIA

Os deputados defenderam a questão econômica, alegando que o comércio e os demais setores da economia “não podem parar”, disse Rinaldo. “Acredito que devemos cuidar dos idosos e dos demais que se enquadram no grupo de risco, porque se todos ficarem em casa, quem não morrer do vírus, morrerá de fome”, completou Rinaldo.

Apesar da situação crítica dos demais países, o parlamentar tucano acredita que no Brasil será diferente. “Não teremos a catástrofe que tivemos na Itália, Espanha e Estados Unidos no nosso país, que alguns imaginam, devido ao nosso clima”, disse Rinaldo. Isso porque os demais países estão na estação de inverno e o Brasil iniciou o outono na última quinta-feira (19). O inverno brasileiro começa dia 20 de junho.

Coronel David também lembrou da questão econômica e alegou que “o governo do presidente Bolsonaro vem garantindo recursos aos estados e municípios. “Incentivos aos setores que bombeiam a economia no Brasil, além de garantir um auxílio emergencial de R$ 600 a milhões de brasileiros”, reforçou.

Coronel David defendeu a volta das atividades comerciais. “E fazer a economia continuar voltando, a fim de evitar uma catástrofe financeira ao país”, declarou.

MANDETTA

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta é médico ortopedista e já foi vice-prefeito e secretário de Saúde de Campo Grande.

Em 2005, para o cargo de secretário do município, Mandetta foi indicado pelo seu primo Nelson Trad Filho (PSD), que na época era prefeito da Capital.

Durante seu mandato como secretário, ele, com o prefeito e outros membros do governo municipal, sofreram acusações de fraude em licitação, tráfico de influência e caixa dois na implementação de um sistema de prontuário eletrônico (GISA). Mandetta nega irregularidades, afirmando que o Ministério Público nunca o denunciou formalmente pelo seu trabalho.  A denúncia aponta que R$ 10 milhões teriam sido desviados. Em 2011 foi eleito deputado federal pelo DEM. E em janeiro de 2019 foi empossado como ministro pelo presidente Bolsonaro. Correio do Estado. Izabel Jornada




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