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Política • 11 jul, 2020

A sensibilidade única de Manoel de Barros


Sábado, em plena pandemia, buscamos a reflexão sobre a correria de antes e aí achamos belos textos do nosso poeta que merecem ser publicados neste. Espaço.

  • Sabiá de setembro tem orvalho na voz. De manhã ele recita o sol.
  • As folhas das árvores servem para nos ensinar a cair sem alardes.
  • Fui criado no mato e aprendi a gostar das coisinhas do chão.
  • Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos. Tenho abundância de ser feliz por isso.
  • Passarinho mais andarilho que conheço é andorinha mesmo. Elas mudam de lugar nas estações do ano. Depois vêm voltando.
  • Natureza é uma força que inunda como os desertos.
  • Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas – é de poesia que estão falando.
  • Eu via a natureza como quem a veste. Eu me fechava com espumas.
  • Prezo insetos mais que aviões/Prezo a velocidade das tartarugas/mais que a dos mísseis./Tenho em mim/esse atraso de nascença.
  • Deixei uma ave me amanhecer.
  • Quero a delicia de poder sentir as coisas mais simples.
  • Eu vi a manhã pousada em cima de uma pedra! Isso não muda a feição da natureza?



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