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Blog do Manoel Afonso

Opinião e atitude no Mato Grosso do Sul

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Artigos • 11 ago, 2020

APÓS OS INCÊNDIOS, A VEZ DOS PEIXES!


A fauna ictiológica Pantaneira, certamente sofrerá um duríssimo
golpe no seu estoque pesqueiro, por conta do gigantesco e dano-
so incêndio que assola a imensa área do Pantanal de Mato Gros-
so e de Mato Grosso do Sul. Não se trata de uma questão de pes-
simismo, mas sim, de uma situação de real perigo que ronda os
nossos rios, principalmente, o maior deles, qual seja, o majesto-
so Rio Paraguai, o mais piscoso de todos.

A principal defesa dos rios, são as matas ciliares, que servem de
barreira natural, impedindo que todo tipo de detritos alcancem o
leito, e, como consequência, promovem o assoreamento, causa
maior das dificuldades à navegação, fato que ocorreu com o Rio
Taquari em nosso Estado, e que destruiu toda e qualquer ativida-
de econômica até então existente, tal fato ocorreu há mais de
meio século, sem que nenhum governo apresentasse algum pro-
jeto que pudesse viabilizar a recuperação desse importante Rio.

O Pantanal atravessa um longo período de estiagem, e como sua
vegetação é de fácil combustão, o fogo se alastrou rapidamente,
queimando tudo o que encontrou pela frente, e o combate para
debelá-lo, demorou muito, o que facilitou a propagação, hoje, a
sua situação é considerada fora de controle. Mesmo com o com-
bate realizado pelas aeronaves, a situação continua crítica.

As chuvas estão previstas para os próximos quinze dias, e não se
tem conhecimento de sua intensidade. Contudo, se forem volu-
mosas, os detritos irão diretamente para o leito dos rios e, como
consequência, as cinzas carvões, contaminarão de imediato, todo
o sistema hídrico, transformando em veneno mortal aos peixes
de todas as espécies e tamanhos, bem como todo o tipo de aves
e animais. Técnicos do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente

devem se preocupar desde já, no sentido de adotar medidas que
possam minimizar o desastre que se aproxima.

Trata-se de um problema de grande envergadura que
certamente irá afetar o comércio de peixes e o turismo de
pesca, duas das principais atividades econômicas da região
Pantaneira. Esse grave problema irá transpor os limites da área
econômica, afetando também o contexto social, eis que, a ativi-
dade pesqueira, é exercida por centenas de pessoas, cujas famí-
lias vivem exclusivamente dessa atividade.

Toda a classe política deve se comprometer com ações e atitudes
que possam previnir um evento que poderemos classificar como
catástrofe ao homem e ao Meio Ambiente; prevenir para não
remediar, eis uma solução, de resto, é demonstrar competência
e responsabilidade.

BENEDITO RODRIGUES DA COSTA
Economista




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