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Artigos • 08 jan, 2023

Há um, dois, três, quatro, cinco milicianos enroscados na ministra de Lula por Josias de Sousa


(por Josias de Sousa, no UOL_ –

O estilo adotado pela mãe da ministra Daniela do Waguinho (Turismo) ao educar a filha não deve ter sido muito diferente do modelo de qualquer outra progenitora. Uma de suas lições vitais deve ter sido: “Cuidado com as más companhias, minha filha!” Más companhias sempre estiveram no topo das preocupações. No ranking materno, são mais perigosas do que sapato desamarrado, vento encanado e manga com leite. Daniela do Waguinho obviamente não ouviu sua mãe.

Milicianos pipocam no noticiário sobre a ministra como pulgas no dorso de vira-latas. No início da semana, havia um: o Jura. Menos de 24 horas depois, surgiu outro: Marcinho Bombeiro. Súbito, um terceiro: Fabinho Varandão. Do nada, mais um par: Badu e Eduardo Araújo. Um, dois, três, quatro, cinco milicianos! É o suficiente para destruir anos de catequese materna. Mas ainda não foi o bastante para tirar da equipe de Lula a mulher do Waguinho, prefeito de Belford Roxo.

A ministra diz que tira fotos ao lado de muita gente. Assegura que não compactua com ilícitos. Alega que cabe à Justiça julgar. Daniela poderia ter esbarrado num condenado por acaso. Assim como Lula, qualquer mãe entenderia se, em campanha, a filha posasse inadvertidamente ao lado de um criminoso. Mas subir no palanque com milicianos, distribuir panfletos com milicianos, frequentar festa de aniversário com milicianos, postar fotos e vídeos com milicianos, permitir que o marido empregue milicianos na prefeitura… Isso é demais!

Daniela do Waguinho sobreviveu à primeira reunião ministerial, aquela em que Lula declarou que convidará a deixar o governo “quem fizer coisa errada”. A ministra gostou mais do trecho em que o presidente jurou que não vai “deixar ninguém na estrada”. Aproveitou o encontro para exibir diante do chefe e dos colegas uma pose de vítima de “ataques injustificados”. A plateia dividiu-se entre a solidariedade e o medo do contágio.

Lula deveria assumir o papel de mãe de Daniela. Poderia enviar a ministra para o olho da rua sem abandoná-la na estrada. Aconselharia a mulher do Waguinho a se afastar dos milicianos. Tentaria promover uma aproximação entre a ministra exonerada e Silvio Almeida, o novo ministro dos Direitos Humanos. Silvio revelou-se gente boa. Foi guitarrista de uma banda metaleira chamada Delito. Teve como parceiros integrantes de uma outra banda, a Velhas Virgens.

Depois de demitir Daniela, Lula telefonaria diariamente para a ex-ministra. Os telefonemas não precisariam ser longos. O companheiro apenas repetiria um mantra: “Procure o Silvio, minha filha. Ouve o Silvio. É para o seu próprio bem.”

O Brasil perderia uma ministra do Turismo com aparência de escândalo esperando para acontecer. E Daniela do Waguinho talvez aprendesse a lição. Se ouvisse os conselhos de Lula com a atenção que sonegou às recomendações de sua mãe, Daniela talvez passasse a evitar as companhias milicianas. Com sorte, ouviria de Silvio: “Você existe e é valiosa para nós.”




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