( Benedito R. da Costa) – O aspecto de uma Cidade Velha, tem sido o motivo da fuga de turistas que para lá se
deslocam, para conhecer a Cidade Branca, outrora, uma cidade linda, mas que o tem-
po não a poupou, transformando-a em uma cidade com característica de abandono, e
de pouco atrativo. A área central é a mais atingida. Vale ressaltar que não se trata de
má administração, pois, Corumbá está inserida no rol das cidades consideradas como
patrimônio cultural, e nada pode ser modificada em suas estruturas mobiliárias. Porém
o tempo não perdoa, e o aspecto de envelhecimento, é irreversível.

Está passando da hora de mudar a roupagem de Corumbá, começando pelo
calçamento da área central da cidade, muito criticada pelos turistas, cujos
paralelepípedos são incômodos para a principal atração da Cidade Branca, que é o
Carnaval. Vamos pegar como exemplo, a cidade de Cuiabá, a Velha Capital, que dormiu
de paralelepípedo, e acordou com um belo asfalto, num trabalho muito competente,
da administração pública, que contou com a aprovação de seus moradores, além da
necessária colaboração.

A Lei do Patrimônio Histórico, foi burlada sim, porém, se fosse aguardar uma consulta
para tal intervenção, talvez estivesse ainda como nossa Corumbá. O aspecto de uma
cidade, influencia e muito, na qualidade de vida de seus concidadãos, é bom lembrar,
que toda cidade possui sua aura, assim como o ser humano. Para quem não sabe, aura
é a “zona luminosa” em torno do corpo. Algumas pessoas possuem auras extrema-
mente luminosa, enquanto outras, mas se assemelham às luzes dos antigos lampiões.
Corumbá já teve uma aura extremamente luminosa, mas, por motivos políticos, lhe foi
subtraída. Infelizmente, a aura da Cidade Branca, está em baixa há muitos anos.

As antigas lideranças políticas de Corumbá, não conseguiram formar sucessores, isso
porque, na década de 1960, muitos deles deixaram a carreira política, ou tiveram seus
mandatos cassados. Foram mais de vinte anos sem eleições para governadores e pre-
feitos, descaracterizando a verdadeira função de um líder. Após esse longo período, e
com a redemocratização do sistema político no país, começaram a surgir novos nomes
para participar dos pleitos eleitorais, porém, de uma forma um tanto tímida, sem uma
consolidação popular que lhes dessem um respaldo popular de representatividade.

As lideranças políticas sempre tiveram origem nas Escolas e Universidades, e a nossa
Corumbá do passado, sempre contribuiu com nomes de peso que integraram o Poder
Legislativo federal e Estadual. Infelizmente, hoje, não contamos com nenhum Deputa-
do Federal ou Estadual, enquanto que, o município de Dourados, conta hoje com cin-
co Deputados Estaduais. A comunidade Pantaneira tem que reagir, Corumbá perdeu
muito pela ausência de lideranças, o espírito dos jovens políticos das décadas de 40 e
50 devem nortear a nova safra de políticos que possam conduzir a população à uma
mudança de comportamento e de participação nos destinos do Município.

Os mais antigos devem se lembrar dos Jogos Noroestinos, onde sempre Corumbá teve
participação de destaque, e também, de formação de atletas de alto nível.

Vamos sacudir Corumbá, vamos transformá-la naquela tão esperada Fenix. Os representantes
da Cidade Branca, têm que aprender a reivindicar para receber. Somente assim, a Cida-
de da qual sempre tivemos orgulho de pertencer, volte a sonhar com melhores dias.

BENEDITO RODRIGUES DA COSTA
Economista