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Artigos • 07 dez, 2022

O que o Brasil precisa saber


( por Benedito Rodrigues da Costa) – A terminologia Genocídio parece forte demais para o assunto a ser abordado; porém,
trata-se de uma cruel realidade a que está se passando com mais de doze milhões de
idosos aposentados pelo INSS, cujos benefícios foram concedidos antes do Plano Real.
Talvez o medo ou constrangimentos de se expor perante familiares e amigos, os torna-
ram mudos e céticos em relação as suas situações econômicas e financeiras. Por outro
lado, como estão inativos, não têm poder de pressão sobre o Legislativo Federal.

Ao pé da letra, Genocídio significa crime contra a humanidade. No texto, estou referin-
do aos idosos aposentados pelo INSS, onde o termo Genocídio pode ser entendido
como uma submissão a condições insuportáveis de vida. É justamente essa a situação
dos aposentados que, após uma reforma da Previdência ocorrida em 1998, ocasião em
que foi criado através da Lei nº 9.876/99 o terrível Fator Previdenciário. Tal decisão do
Poder Legislativo, não respeitou os direitos daqueles contribuintes já aposentados pelo
teto de contribuição que éra de dez salários mínimos.

Com a nova lei, os valores dos benefícios foram desvinculados do salário mínimo, e ou-
tro índice foi criado para corrigir anualmente a aposentadoria, entretanto, esse novo
fator, deixou de acompanhar os índices da inflação, e, a partir desse momento, os be-
nefícios passaram a ser deflacionados. Hojé, 24 anos após a aprovação do Fator Previ-
denciário, a perda do valor real dos benefícios desses milhões de brasileiros, chega ao
alarmante patamar de 65%. Pasmem, aqueles aposentados que contribuíram pelo teto
ou seja, sobre 10 salários mínimos, e que portanto deveriam perceber hoje doze mil
reais, percebem apenas 4 mil reais, portanto, apenas 35% do que seria seus direitos
adquiridos.

A saúde desses idosos foram afetadas de maneira brutal, a depressão os levaram aos
hospitais, de onde não saíram com vida. O Genocídio foi ignorado até hoje por suas
excelências, que ao que parece, desconhecem essa triste realidade a que estão
submetidos milhões de brasileiros e brasileiras. Durante toda sua vida laborial, esses
trabalhadores e trabalhadoras, sonhavam em um dia se aposentarem e gozarem dos
direitos de ter um final de vida feliz. Pura ilusão, e quando o Estadista Frances e Pre-
sidente daquela importante nação esteve no Brasil, e proferiu uma frase que passou
para a história, qual seja: O Brasil não é um país sério. Ele se chamava Charles De
Gaulle, General e Presidente da França.

Os aposentados brasileiros do INSS, estão sim, submetidos a uma condição
insuportável de vida, e isso senhores é crime de Genocídio, praticado por quem teria o
dever de protege-los ou seja, pela Nação Brasileira, algoz impiedosa desses idosos que
não mais têm condições físicas para protestarem por seus direitos. Até quando, senho-
res congressistas. Um projeto de lei elaborado com a finalidade de corrigir tamanha in-
justiça, e que tem o nº PL. 4.434/08, mofa há 14 anos nas gavetas de vários presiden-
tes da Casa de Leis que representa o povo, sem nunca ter sido colocado em discussão.

A nossa Constituição diz que todos os brasileiros são iguais perante a lei; talvez não
seria esse o motivo do Gen. Charles de Gaulle tr pronunciado a célebre frase “ O Brasil
não é um país sério”? Ós senhores congressistas deveriam atentar para o fato de que,
apesar da idade avançada, esses brasileiros fazem questão de votar. A única arma que
possuem para lutar, é o sei título eleitoral.

BENEDITO RODRIGUES DA COSTA
Economista




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