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Artigos • 21 jan, 2022

Petistas que atacam aliança com Alckmin fazem um favor a Lula por Reinaldo Azevedo


(por Reinaldo Azevedo)  – 

Os conservadores e reaças brasileiros não sabem nada sobre mal menor. Mas têm tradição firmada no mal maior

Correntes do PT avessas a uma chapa Lula-Alckmin e potenciais aliados à esquerda cumprem o seu papel: criticam a eventual aliança, apontam as contradições tidas por inelutáveis, ressuscitam momentos em que os dois políticos estiveram em trincheiras opostas —inclusive na eleição de 2006— e pintam a composição com as tintas de uma conciliação inaceitável. A coisa chega a ter um lado pitoresco.

Ao longo da história, os setores mais à esquerda do partido sempre prestaram um serviço ao líder: cobraram dele a radicalização, de modo a lhe dar a oportunidade de fazer a escolha pela moderação. Não chega a ser um jogo combinado. Trata-se de acordos —ou desacordos— tácitos. Assim, a resistência ao ex-tucano não é um problema, mas um dado do jogo.

Alckmin será o vice de Lula? Não sei. Mas ou haverá esse sinal de que o ex-presidente pretende, se vitorioso, um governo além das fronteiras da esquerda, ou outro se fará necessário. O compromisso —que, parece-me, é público— já está anunciado. E, é evidente, pensando o que penso, avalio que um governo o mais amplo possível é uma solução, não um problema.

A exemplo de todo político que conta realmente com uma militância —sim, Bolsonaro também tem a sua…—, o líder petista tem de ser haver com seus puristas, seus exclusivistas, seus sectários, seus extremistas. A questão é saber se vai liderá-los, escolhendo o caminho, ou será caudatário de visionários do próprio delírio. Em seu processo de construção, o PT fez muitas escolhas que seriam insanas caso fosse ele o protagonista da história.

Recusou-se, por exemplo, a participar do Colégio Eleitoral que elegeu Tancredo Neves. Sempre considerei a decisão lamentável, mas nunca temerária. Não tinha o protagonismo. A solução se daria com ou sem a concordância da legenda, que apostava na definição da própria identidade. Oportunista, sim, mas com risco zero à democracia. Em 2022, sendo a legenda mais bem-sucedida em eleições realmente democráticas, há o peso da responsabilidade de um eventual quinto mandato.

“Alckmin é um aceno do PT para os mercados, Reinaldo?” Ah, caras e caros, não me dedico a jogos dessa natureza. Esses “mercáduz” de que falam são os mesmos que viam virtudes naquele tal que achava o estupro uma distinção, coisa de merecimento? Para quem quilombolas se pesavam em arrobas? Que tinha um torturador como herói? Que prometia extinguir o Ministério do Meio Ambiente?

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