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Artigos • 21 dez, 2022

Simplicidade perdida


(por Mário Montanha Teixeira Filho) – 

Gosto da Copa do Mundo, não obstante a pasteurização imposta pelos interesses mercadológicos da Fifa e adjacências. Não há mais as escolas clássicas, que foram esmagadas pela globalização do esporte. O futebol que se viu nos estádios modernos, provisórios e despersonalizados do Catar não espalhou encanto. Faltaram os grandes jogos, as inovações táticas, as emoções inesquecíveis, os heróis improváveis. Não é por acaso que os sistemas defensivos prevaleceram durante quase todas as fases do torneio.

Mas os craques, os gênios, os que fazem a diferença, eles estavam lá, a mostrar que o jogo jogado com a bola nos pés resiste, insiste e não morre. Lionel Messi e Kylian Mbappé tomaram conta da final, assumiram a condição de líderes dos seus grupos e proporcionaram a alegria que faz do futebol um sentir inexplicável e belo. Alegria que ultrapassou os exageros dos que que conseguiram acompanhar de perto as partidas (o ouro dos ingressos e das ostentações bregas de novos ricos) para se instalar nos corações dos subúrbios, dos que vivem de sonhos.

Talvez um dia o futebol recupere a simplicidade perdida, livre dos penduricalhos que alimentam a picaretagem do lucro, dos esquemas mirabolantes de subtração da verdade que a bola carrega. E a esperança volte a se espalhar pelos campos/cantos improvisados pelos artistas, pelos teimosos, pelas crianças.




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