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Economia • 17 jun, 2024

Suzano inicia operações em Ribas do Rio Pardo: Investimento de R$ 22 bilhões


A maior linha única de produção de celulose do mundo começa a entrar em operação, a partir do dia 30 de junho, na mais nova fábrica da Suzano, em Ribas do Rio Pardo. A nova unidade com capacidade para produzir 2,5 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano, começou a ser construída em 2021 e o investimento de mais de R$ 22 bilhões, representou um dos maiores investimentos privados em curso no Brasil.

(Foto- Manoel Afonso)

O “Projeto Cerrado” amplia em aproximadamente 20% a atual capacidade de produção de celulose da Suzano, de 10,9 milhões de toneladas. Considerada a fábrica verde, Ribas do Rio Pardo terá a unidade mais competitiva da empresa.

A entrada da fábrica em operação, acontece às vésperas da despedida do presidente Walter Schalka que deixa o comando da Suzano, após onze anos à frente da companhia. Ele será substituído por João Alberto Fernandez de Abreu, atual CEO da Rumo, culminando o processo de sucessão iniciado no mês de abril  

“Eu refleti bastante e tomei uma decisão pessoal de mudar a minha atividade, que tem uma rotina muito intensa, como CEO, para uma atividade mais estratégica a nível do conselho dos comitês da Suzano”, informou Schalka à agência Reuters.

O executivo explicou que, com o término do Projeto Cerrado, previsto para ser entregue até 30 de junho, a Suzano vai iniciar um novo ciclo de investimentos e que considerou importante fazer a transição nesse momento.

A nova fábrica representa um importante avanço em nossa estratégia de longo prazo. A Suzano já está presente na vida de mais de 2 bilhões de pessoas a partir de seus produtos e, como líder global, está comprometida em atender à crescente demanda global por produtos de origem renovável. Este projeto também trará uma relevante contribuição na geração de renda e emprego, bem como na capacidade de captura de carbono advinda da expansão da base florestal”, afirmou o presidente da Suzano, Walter Schalka.

Outro ganho a ser proporcionado pela nova unidade para mitigar os efeitos das mudanças climáticas está relacionado ao aumento da oferta de geração de energia renovável no Brasil. A planta terá capacidade para exportar aproximadamente 180 MW médios ao sistema elétrico nacional. A nova unidade caminha para ser a primeira fábrica do setor de papel e celulose no Brasil considerada livre de combustível fóssil, um novo marco da Suzano em ecoeficiência, que evidencia o compromisso com a sociedade e com o planeta.

Durante a construção, o empreendimento gerou cerca de 12 mil empregos diretos no pico da obra, além de milhares de empregos indiretos em toda a região. A nova unidade vai empregar 3 mil pessoas entre colaboradores próprios e terceiros e movimentar toda a cadeia econômica regional.

 

. O Projeto Cerrado produzirá 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano, ampliando a capacidade instalada da Suzano para 13,5 milhões de toneladas anuais, além de 1,5 milhão de toneladas de capacidade instalada de papel e outros produtos.

Segundo a empresa, o empreendimento encontra-se na fase final de montagem eletromecânica e comissionamento. Considerando as obras de infraestrutura para implantação da fábrica – terraplenagem, drenagem e arruamento do site –, que começaram em abril de 2021, o empreendimento completa três anos de execução.

Do aporte total de R$ 22,2 bilhões, R$ 15,9 bilhões referem-se ao investimento de capital industrial e R$ 6,3 bilhões relativos a recursos destinados a atividades florestais, logísticas e outras. Um dos diferenciais do empreendimento e que o torna competitivo, segundo Maurício Miranda, diretor de Engenharia da Suzano e responsável pelo Projeto Cerrado, é o cumprimento dos prazos estipulados no cronograma e do orçamento previsto inicialmente.

“Estamos falando de um investimento desse montante, com mais de 10 mil pessoas trabalhando no pico da obra, e todas as projeções de datas e valores foram confirmadas”, frisa Miranda. Além dos 10 mil empregos criados durante o pico da construção, a Suzano informa que outros 3 mil novos empregos, entre próprios e terceiros, serão gerados na operação florestal e industrial.

O projeto também inclui a produção de eletricidade – a nova fábrica contará com uma estrutura de geração de energia renovável, utilizando biomassa como fonte de combustível. Sua capacidade de geração será suficiente não apenas para atender todas as necessidades operacionais da unidade, mas também para gerar um excedente significativo de energia, estimado em aproximadamente 180 MW médios – suficiente para abastecer uma cidade com 2,3 milhões de habitantes por um mês – que será exportado para a rede.

“A geração de energia planejada para a nova fábrica não apenas garantirá a autossuficiência energética da planta, mas também permitirá que ela contribua para o sistema elétrico brasileiro, fornecendo energia limpa e renovável. Trata-se de um projeto competitivo em que se busca unir a economia energética e o melhor aproveitamento de recursos com processos produtivos mais eficientes e ecologicamente sustentáveis”, assinala Miranda.

 

O início das operações do Projeto Cerrado acontece junto com a retomada dos preços internacionais do setor de celulose, muito impactados com a queda verificada em 2023. No final de 2022, o preço da matéria-prima estava na casa dos US$ 850/tonelada e chegou praticamente à metade disso no primeiro trimestre do ano passado, passando a se recuperar gradativamente. No início deste ano, ela se recuperou, sendo negociada a US$ 700 por tonelada na China (alta de aproximadamente 50%) e atingindo recorde de US$ 1,6 mil/t nos EUA e de US$ 1,4 mil/t na Europa, os três principais mercados de referência da matéria-prima.

Nesse cenário, o Projeto Cerrado poderá propiciar resultados expressivos a Suzano, tendo em vista sua capacidade de combinar eficiência operacional com práticas sustentáveis, resultando em uma operação altamente competitiva, conforme sustenta Miranda. “O projeto será o mais competitivo em termos de custos de produção de celulose dentre todos os complexos fabris da Suzano, uma vez que conta com as tecnologias mais avançadas do setor implementadas na maior fábrica de celulose em linha única do mundo”, conclui.

O diretor executivo industrial de celulose e energia Aires Galhardo reforça o compromisso da empresa de “Renovar a Vida a partir da árvore”. Ele aponta o compromisso com o conceito de inovabilidade que consiste na inovação à serviço da sustentabilidade, na nova fábrica verde.

A logística da unidade contará com 50% das operações, feitas por veículos hexatrem, com menor custo e emissão reduzido gás de efeito estufa na atmosfera. Galhardo apontou a utilização de equipamentos de última geração que são referência mundial em competitividade e sustentabilidade.

A unidade adotará a gaseificação da biomassa para substituição de combustível fóssil, um novo marco da Suzano em eco eficiência. “So é bom para nós, se for bom para o mundo”, argumenta o executivo.

Com 100 anos de existência, a Suzano, de capital 100% nacional, é líder mundial na fabricação de celulose e uma das maiores produtoras de papéis da América Latina. O portfólio de produtos contempla papel de imprimir e escrever revestido e não-revestido, papel cartão, papel tissue, papel higiênico, celulose de mercado e celulose fluff.

A companhia tem três fábricas integradas de celulose e papel, duas localizadas no Estado de São Paulo (Unidade Suzano e Unidade Limeira) e uma na Bahia (Unidade Mucuri), uma fábrica de papel não-integrada em São Paulo (Unidade Rio Verde), uma de produção de celulose no Maranhão (Unidade Imperatriz), e a empresa de biotecnologia FuturaGene. No exterior a empresa mantém escritório de representação na China e controladas nos EUA, Suíça, Argentina e Áustria.

Em 2023, a companhia totalizou uma geração de caixa operacional de R$ 11,6 bilhões. A receita líquida somou R$ 39,8 bilhões e o EBITDA ajustado totalizou R$ 18,3 bilhões. Na última linha do balanço, a empresa registrou resultado líquido positivo de R$ 14,1 bilhões.

Fonte – InfoMoney/Forbes/Suzano/Perfil News

 




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