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Artigos, Política • 17 jun, 2020

Foreman versus Muhammad Ali na terra de ninguém


( 

Claudio Henrique de Castro)

Recadinhos e reprimendas públicas e institucionais tornaram-se rotineiras contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e seus ministros. Tudo ilegal e inconstitucional. Liberdade de expressão não é ameaça frontal às instituições.

Ameaças antecedem às chineladas.

Um ano após o golpe de 1964, o número de ministros do Supremo foi ampliado de 11 para 16 para garantir a maioria do governo militar.

Era 16 de janeiro de 1969, três ministros foram aposentados à força: Hermes Lima, Victor Nunes Leal e Evandro Lins e Silva pois eram considerados de esquerda pelos militares. Ao ouvirem o ato que os cassou pela Voz do Brasil, outros dois ministros saíram por não concordarem com a aposentadoria compulsória – o então presidente da Corte, Gonçalves de Oliveira, e aquele que seria o seu sucessor na Presidência, Antônio Carlos Lafayette de Andrada; ministro Adaucto Lúcio Costa saiu por discordar da lei de censura prévia.

No sábado passado, dia 13/06, oficiais de Força Aérea, com anuência do alto escalão das demais forças militares, enviaram diretamente ao Ministro Celso de Mello do Supremo Tribunal Federal (STF) texto que exalta as qualidades das forças armadas e faz críticas ao decano do STF.

Recentemente, houve a fala do chefe da secretaria de governo do poder executivo, um general da ativa que ocupa cargo político, quando se manifestou negando a possibilidade de intervenção militar, mas afirmando para “não esticar a corda”, em referência ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o STF que julgará as notícias falsas na campanha presidencial de 2018 que elegeu a chapa Bolsonaro/Mourão.

Fatos anteriores estão na mesma sintonia fina.

Sérgio Etchegoyen, general, então ministro chefe do gabinete de segurança institucional da presidência da república, e João Tadeu Fiorentini, major-brigadeiro e então secretário nacional de segurança pública, foram ao TSE e reunirem-se com os Ministros a cinco dias do segundo turno das eleições presidenciais em 2018. (Do livro Os Onze)

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