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Política • 27 jun, 2022

Relator confirma viagem à região dos assassinatos de Dom e Bruno


Relator da Comissão Temporária sobre a Criminalidade na Região Norte, senador Nelsinho vai ao local na próxima quinta, dia 30.

Senador Nelsinho Trad (PSD-MS) durante reunião do colegiado (Foto: Divulgação )

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), relator da Comissão Temporária sobre a Criminalidade na Região Norte, confirmou, no sábado, a ida do grupo à Amazônia. Os parlamentares que acompanham as investigações sobre as mortes do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira vão desembarcar em Tabatinga na manhã do próximo dia 30. De lá, seguem para Atalaia do Norte e retornam no fim do dia a Brasília.

“Essa é uma situação que, realmente, toda a sociedade não quer que se repita mais. Estamos conscientes de que a entrada do Congresso Nacional neste contexto, no mínimo, vai servir para inibir a criminalidade na região amazônica. Além de identificar onde o Estado pode aprimorar o seu trabalho para, efetivamente, garantir segurança às comunidades mais vulneráveis e à sociedade como um todo”, disse o relator.

Deputados federais que integram a comissão criada na Câmara para apurar o crimes também vão com os senadores.

Em Atalaia do Norte, os parlamentares vão se reunir com lideranças indígenas, representantes do Ministério Público, da Funai e da força-tarefa que investiga as mortes.

Na manhã de quinta-feira, deputados e senadores serão recebidos pela UNIVAJA (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari) na sede da organização em Atalaia do Norte. Além da Univaja, participam da reunião o  OPI (Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato), a COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) e a INA (Indigenistas Associados).

Nesta semana, em audiência pública da comissão do Senado, o procurador jurídico da Univaja, Eliezio Marubo, afirmou que a violência cresceu de forma expressiva na região amazônica nos últimos três anos. “Foi a partir de 2019 que as bases foram alvejadas, que nossa equipe passou a ser perseguida. Que passamos a receber ameaças, bilhetes apócrifos em nosso endereço. Grande parte dessas ameças nós formalizamos e levamos à autoridade policial”, denunciou.

Na mesma audiência, o presidente do Indigenistas Associados, Fernando Vianna, alertou para conexões com o narcotráfico internacional e de armas no Vale do Javari, que faz fronteira com o Peru e a Colômbia. “E o Bruno talvez tenha sido a pessoa que percebeu mais rapidamente o que estava em curso”.

O indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram assassinados no dia 5 de junho e os corpos encontrados dez dias depois. A despedida ao indigenista ocorreu em Recife na última sexta-feira. Já o funeral e a cremação do corpo do jornalista britânico Dom Phillips estão previstos para domingo.

A comissão temporária externa do Senado tem prazo de 60 dias para apresentar as conclusões. O relator, que também preside o Parlamento Amazônico, afirmou que o avanço da criminalidade na região é uma preocupação comum entre os oito países que compõem o colegiado.

“Foi impressionante a demanda que eu recebi dos colegas parlamentares dos outros países no que tange a denúncias, no que tange a pedido de esclarecimento, no que tange a organizar uma força-tarefa para garantir a segurança daqueles mais vulneráveis que vivem em território amazônico e coibir essas práticas ilegais de tráfico não só de drogas, mas de madeira, desmatamento, queimadas e pesca ilegal. Ou seja, situações que não condizem com aquilo que a gente sabe que deve ser a essência da Amazônia, a sua preservação e o seu respeito em função do que ela representa para o Brasil e para o mundo todo,” disse o senador.




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