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Artigos • 11 maio, 2020

Bancos e teles precisam anistiar


O Banco Central liberou 1,216 trilhão de reais aos afortunados bancos brasileiros.

A medida está fundada na crise econômica, causada pela pandemia.

Resumo da ópera: mais dinheiro aos endinheirados e mais crédito aos endividados.

Houve a redução temporária, de 25% para 17%, da parcela dos depósitos compulsórios de longo prazo dos bancos. A medida vale até dezembro de 2020 e a expectativa é injetar R$ 68 bilhões no mercado de crédito.

Em janeiro de 2020, o compulsório havia caído de 31% para 25%, o que propiciou a liberação de R$ 135 bilhões aos bancos.

Somadas, as duas decisões podem representar expansão de R$ 203 bilhões em empréstimos. Segundo o Bacen, esse montante não significa dinheiro na veia da economia, porque é preciso haver demanda pelos recursos. (Correio Braziliense).

É evidente que este 1 trilhão e 216 bilhões podem ser utilizados para anistiar devedores dos bancos. Empresários, microempresários e as pessoas físicas que pagam os juros mais escorchantes do mundo.

Muitos se endividaram na ciranda financeira, e com a economia literalmente parada, estão na impossibilidade de honrar seus compromissos. Medidas econômicas que dão crédito aos endividados apenas dão a corda aos enforcados.

A história ensina que em decorrência das guerras mundiais as economias foram devastadas e as dívidas foram anistiadas. Distribuíram-se recursos para a reconstrução dos países a fim de atenuar as crises do pós-guerra.

Na pandemia atual, que parou a economia, uma política econômica que simplesmente distribua crédito aos bancos sem a anistia de dívidas gera uma multidão de novos endividados.

A anistia das dívidas, mediante parâmetros econômicos, é fundamental neste contexto de liberação de trilhões aos bancos brasileiros.

Como todos estão acostumados a sempre ver os bancos enriquecendo, ninguém falou nisto, muito menos a mídia que recebe milhões em publicidade destas instituições e, por isso, no dito popular, tem o rabo preso.

Outra coisa que devemos cogitar é na liberação gratuita da internet de forma ampla pelas teles e as operadoras de telefonia que são bafejadas por uma política fiscal privilegiada e cujos proprietários são todos estrangeiros.

O uso da internet, em tempos de pandemia, no qual o uso de dados se tornou fundamental, também deve ser anistiado e se tornar gratuito, ao menos neste período de isolamento social.

Claudio H. de Castro




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