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Artigos • 13 jun, 2020

AS CATILINÁRIAS


 

O cônsul romano Marcus Tullius Cícero proferiu as Catilinárias no ano de 63 antes de
Cristo, no Senado, quando uma sequência de eventos de conspiradores agia contra a República
Romana.
No dia 23 de setembro daquele ano, Cícero convoca o Senado e denuncia a possível
conspiração de Catilina (ex militar), no entanto, Cícero é desacreditado.
Foram quatro Catilinárias, das quais destaco os seguintes trechos traduzidos:
“Afinal, Catilina, até quando abusarás de nossa paciência? Por quanto tempo esse teu
furor ainda zombará de nós? Até que ponto tua audácia sem freios se voltará contra nós? (1)
Em que lugar do mundo estamos? Que República possuímos? (2)
Agora já atacas abertamente toda a República. (3)
Ó República afortunada, se ao menos expulsasse essa escória da cidade! (4)
O que esperas realmente? Uma guerra? O que? Pensas que tuas posses serão
invioláveis em meio à devastação de todos? (5)
Sendo assim, políticos, não vos falta a proteção do povo romano: providenciais para
não dar a impressão de abandoná-lo.”(6)
No original:
“Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? Quam diu etiam furor iste tuus
nos eludet? Quem ad finem sese effrenata iactabit audacia? (1)
Ubinam gentium sumus? Quam rem publicam habemus? (2)
Nunc iam aperte rem publicam universam petis. (3)
O fortunatam rem publicam, si quidem hanc sentinam urbis eiecerit! (4)
Quid enim exspectas? Bellum? Quid ergo? In vastatione omnium tuas possessiones
sacrosanctas futuras putas? (5)
Quae cum ita sint, patres conscripti, vobis Populi Romano praesidia non desunt: vos ne
populo Romano deesse videamini providete.”(6)

Referências:
BARBOSA, Lydia Marina Fonseca Dias. As Catilinárias de Cícero: tradução e estudo retórico.
USP: São Paulo, 2019.
CICERO, Marcus Tullius. Cicero’s Brutus or History of Famous Orators; also His Orator or
Accomplished Speaker. Domínio público.
SARAIVA, F. R. S. Novíssimo Dicionário Latino-Português: etimológico, prosódico, histórico,
geográfico, mitológico, biográfico etc. 12. ed. Belo Horizonte: Livraria Garnier, 2006.

Por Claudio Henrique de Castro

 




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