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Blog do Manoel Afonso

Opinião e atitude no Mato Grosso do Sul

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Artigos • 23 jan, 2023

Eleitos, eleitores e o pragmatismo político


Qualquer mudança que ocorra em nossas rotinas, sempre encontrará certo nível de
rejeição por parte das pessoas diretamente envolvidas com o objeto da mudança, e, na
maioria das vezes, o resultado esperado, não será aquele desejado pelos idealizadores
que, com base em suas ideologias, pretendem conquistar a simpatia de determinado
grupo social, para testar os conteúdos de uma determinada proposta. No sistema de-
mocrático de direitos, essa não é uma tarefa fácil, pois, o direito de opinar, é de todos.

As eleições majoritárias ocorridas em outubro de 2022, onde os eleitores puderam es-
colher livremente, O Presidente da República, os Governadores, os Senadores, os De-
putados Federais e os Deputados Estaduais, bem que poderia servir de incubadeira de
um projeto moderno de participação popular, onde os eleitores se tornassem fiscais de
seus candidatos eleitos, cobrando-lhes com frequência, o resultado de seus trabalhos,
bem como de seus posicionamentos em suas áreas de atuação.

Tão logo foi dado a conhecer o resultados da eleição, já ouvíamos pronunciamentos de
parte de suas excelências, de que formariam um bloco para fazer oposição ao governo
eleito democraticamente pelo povo. O que nos leva a acreditar que esses eleitos não
estão preocupados com os problemas do país como também de sua população. Pare-
ce que, suas preocupações estão voltadas ao interesse de determinados grupos acos-
tumados com as benesses do poder, e, para eles, tudo é possível, sem levar em conta
que os recursos que entram para os cofres da união e dos estados, são originados das
atividades laboriais dos cidadãos.

Seria interessante que os senhores parlamentares entendessem que suas ações devem
estar voltadas para o interesse do país, e não de um mandatário temporal. O Brasil po-
deria ter um processo de desenvolvimento mais acelerado, se houvesse uma mudança
de mentalidade da classe política, afinal, A Constituição Brasileira, cognominada de
Constituição Cidadã, promulgada em 1988, assegura que todo o poder emana do povo,
que o exerce por meio de representantes eleitos. Portanto, o mandato de um cidadão
ou cidadã eleitos, pertence ao povo. Falta consciência popular para entender a impor-
tância desse tópico constitucional.

O Jurista Sobral Pinto, um advogado que se notabilizou pela defesa dos direitos dos
presos políticos durante a ditadura militar iniciada em 1964, e, por cujo trabalho nada
cobrava, defendia a idéia de que todos os cidadãos/ãs, têm o direito de enviar mensa-
gens aos políticos em mandato, cobrando-lhes o que acham estar em desacordo com a
vontade da população, pois, o mandato pertence ao povo. A Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB) bem que poderia encabeçar uma campanha publicitária com foco nesse
direito constitucional, seguido por todas as entidades representativas da sociedade.
O povo tem voz sim, o que falta, é coragem e conhecimento, além do apoio para que
possa ser ouvido e respeitado. Os nossos representantes na Câmara dos Deputados e
no Senado da República, raramente respondem às questões formuladas por seus elei-
tores, o que é lamentável. A consolidação da democracia depende do interesse de to-

dos, porque o Brasil, embora injusto com a maioria de seus cidadãos, pertence a todos
os brasileiros. Está na hora de construirmos uma nação mais justa e igualitária.

BENEDITO RODRIGUES DA COSTA
Economista – Campo Grande




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