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Artigos • 30 mar, 2023

O Caótico Sistema Viário da Capital


( Benedito Rodrigues da Costa ) – Campo Grande, a bela Cidade Morena, Capital do Estado de Mato Grosso do Sul há 46 anos, ostenta o jocoso cognome de “Cidade dos Semáforos” pelas pessoas de outras regiões do país que visitam a nossa urbe. Tal apelido é procedente, até porque, cresce
o número desses equipamentos instalados, com o objetivo de diminuir o número dos acidentes no trânsito de nossa Capital, com um assustador índice de ocorrências, cada vez registrando maior número de vítimas fatais.

A instalação dos semáforos pode até minimizar esse grave problema, porém, não com-
seguem solucioná-los; as ocorrências com vítimas, diariamente são as causas de inter-
nações na Rede Hospitalar da Capital, e não seria um exagero afirmar que se trata de
casos epidêmicos que afetam centenas de pessoas em cadeias, eis que, tais ocorrên-
cias são registradas nos horários de picos, havendo necessidade dos serviços de socor-
ros médicos e agentes de trânsito, provocando travamento no sistema viário.

A população fica intrigada com o expressivo crescimento do número de ocorrências
no trânsito da Capital, mesmo com a permanente instalação dos semáforos, que na vi-
são de todos, deveria diminuir consideravelmente. Qual seriam os motivos? Poderia
ser a má formação dos condutores? Ou a frota de veículos teria aumentado expressi-
vamente? A frota de motocicletas não estaria causando esses gargalos nos horários de
pico? Ou o Departamento de trânsito tanto municipal como estadual não dispõe de
um planejamento adequado?

Torna-se necessário identificar com urgência o motivo ou os motivos que impedem o
nosso sistema viário de rolar de maneira equilibrada. As rotatórias existentes não são
suficientes para reduzir as crescentes ocorrências diárias. Ao ser entrevistado por um
repórter de TV no local de um acidente, o chefe da equipe do Corpo de Bombeiros não
escondeu um outro drama originado pelo excessivo número de ocorrências, quais seja,
o estado psicológico dos profissionais socorristas, muitos afetados pelo stress, diante
do elevado número de chamadas em todas as regiões da cidade; é preocupante.

Eu diria que o lindo traçado de nossa cidade, conhecido como sistema artificial, porque
foram concebidos por engenheiros e técnicos, com foco nos objetivos das empresas
imobiliárias, que éra a venda dos seus loteamentos, e, esse sistema de quadras, facili-
taria e muito, a venda de lotes, onde as famílias reunidas, optavam pela compra de um
pacote, visando no futuro, construir suas moradias uma perto das outras. Esse sistema
foi implantado em todas as cidades localizadas ao lado da Rede Ferroviária Federal, de
Baurú-SP., até Corumbá-MS.

Em 1967, o Prefeito de Corumbá, conseguiu levar à cidade, um Engº especializado em
urbanismo, para proferir uma palestra sobre sistema viário. Ele foi direto ao assunto e
assim pronunciou: o traçado desta cidade é bonito, mas, se ela continuar crescendo
como a fabricação dos automóveis no Brasil, seguramente ela terá problemas de aci-
dentes de trânsito, pelo excesso de cruzamentos. Corumbá não cresceu, mas a Cidade
Morena cresceu, e junto, o problema com o sistema viário, quase sem solução.

BENEDITO RODRIGUES DA COSTA
Economista




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