A Cidade Branca sempre foi conhecida como a Cidade Cultural do Centro Oeste
Brasileiro, motivo de orgulho para várias gerações de Corumbaenses, que têm no
Carnaval a âncora dos acontecimentos turísticos que atraem grande público para tão
importante evento que, felizmente as famílias têm conseguido repassar aos seus
filhos, a responsabilidade da difícil missão de conservar as instituições carnavalescas
há mais de um século, com uma notável evolução.

A empatia é o antídoto para tamanha longevidade, o povo Pantaneiro faz circular em
suas veias, o sangue carnavalesco, onde as crianças a partir dos três anos de idade, já
se identificam com o ritmo e o gingado do samba característico do brasileiro, e, por
incrível que pareça, exigem dos pais suas participações nos blocos, cordões e escolas
de sambas, exibindo toda sua graça e beleza nas passarelas. Tal comportamento faz
com que o povo que assiste aos desfiles, interajam nessas movimentações frenéticas
de baterias, cantos, passos mágicos e alegorias.

O Carnaval de Corumbá, teve sua origem com a presença de operários navais que, do
Rio de Janeiro aqui chegaram para a construção da Base Fluvial de Ladário, e encon-
traram ali, um terreno fértil que faziam lembrar seus momentos de lazer na Capital do
Brasil, tal como, um calor intenso, o majestoso Rio Paraguai, e o calor humano dos
corumbaenses e ladarenses. Muitos desses operários fincaram raízes na cidade branca
onde construíram famílias, sem contudo perder os laços culturais com o Rio de Janeiro
de onde se inspiraram para formar as primeiras instituições carnavalescas.

As pessoas que integram as administrações dos cordões, blocos, e, mesmo os blocos
dos sujos, exercem suas atividades como um verdadeiro sacerdócio, principalmente,
os diretores das escolas de sambas que, ao término de um carnaval, já se preparam
para o próximo, evitando as dispersões dos componentes, sempre com a mesma espe-
rança de que no próximo ano serão os vencedores. Cresce, ano a ano, o número de
jovens que aderem a essas atividades, sendo que os meninos têm vocação para as
baterias, enquanto as meninas, acompanham as mães na confecção das fantasias.

Trata-se de uma incrustação na cultura da população, onde nessa época não vêem
diferenças sociais nem de gêneros nas participações carnavalescas. Como se trata de
uma efeméride importante, o povo criou ao longo de mais um século, um comporta-
mento de muita alegria e respeito, o que torna esse evento muito agradável aos olhos
dos turistas, que participam com muita alegria e segurança nos festejos de momo.

Foi sim marcante, e elogiado por toda a imprensa, a participação de uma Escola de
Samba constutuída de jovens e crianças, com o título de Carnaval do Futuro.
Corumbaenses e Ladarenses unidos com o propósito de manter a tradição do melhor
Carnaval do Centro Oeste, os dirigentes das agremiações estão de parabéns, e
merecem o reconhecimento do público que desejam assistir a esse espetáculo cada
vez mais aprimorado. É evidente que o Poder Público cumpriu com o seu dever, dando

a cobertura que lhes cabem à reconhecida efeméride que, neste ano, contou com a
importante participação dos foliões bolivianos que também brilharam na passarela.

BENEDITO RODRIGUES DA COSTA
Economista – Campo Grande