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Artigos • 08 mar, 2024

O Maquinista Apitou! O Trem vai Partir!


Os corumbaenses/pantaneiros mais experientes conheceram essa rotina vivida pelos
ferroviários e pelos usuários do Trem de Passageiros da Noroeste do Brasil, de boas
lembranças. Os empresários do comércio, embarcavam na Estação de Corumbá por
volta das 20 horas, desembarcando em Campo Grande, por volta das 7 horas. Durante
todo o dia, realizavam suas transações comerciais e bancárias, e as 20 horas embarca-
vam na Estação Ferroviária, retornando para Corumbá.

Ocorre que, com a privatização da Rede Ferroviária Noroeste do Brasil, seus adminis-
tradores não demonstraram talento nem competência para dar continuidade a tão
importante modalidade de transporte, que transportavam além de passageiros, o gado
que era conduzido aos frigoríficos de diversos municípios para abates. Outro produto
que sempre utilizou da ferrovia para serem exportados, era o minério, extraídos das
jazidas de Urucum em grande quantidade.

Trata-se de uma falha no tocante ao planejamento da empresa, que tão logo assumi –
ram sua administração, resolveram suspender o transporte de passageiros; os vagões
em perfeitas condições de utilização, foram abandonados em diversas estações, apro-
veitando os desvios existentes. O que se vê hoje em dia, é um amontoado de ferros
que sequer foram protegidos pela ação do tempo. Um prejuízo incalculável. Pois, nem
para a reciclagem deve ser aproveitado, por se tratar de uma ação anti-econômica.

Finalmente, uma voz soou como uma luz no fim do túnel, ou talvez, como um apito do
Trem. O recém empossado Deputado Estadual Paulo Duarte, que é corumbaense, e
que já desempenhou o cargo de Prefeito da Cidade Branca, portanto, conhecedor do
problema grave que é a falta de logística, que antes alimentava todos os municípios do
entorno da NOB com o combustível oriundo de Paulínea-SP- até o ponto final que era
Corumbá. Com a desativação total desse meio de transporte, os combustíveis em geral
passaram a ser transportados por caminhões. Encarecendo muito o produto.

Mas, a falta da logística, acabou por causar outro problema grave, a Rodovia Federal
262 não suporta mais o transporte de materiais como o Minério de Ferro, e, também
se encontra em péssimo estado de conservação, além do que, sua manutenção tem
um custo muito elevado. Como uma andorinha só não faz verão, o Dep. Paulo Duarte
deve sugerir ao Prefeito e Vereadores de todos os municípios às margens da Rodovia,
para uma mobilização junto a Bancada Federal, no sentido de reimplantar o Trem do
Pantanal, tão necessário à Economia da Região.

Vale ressaltar que, a Capital do Pantanal é a mais prejudicada, por ser o fim da linha
da Ferrovia, e, prescinte desse modal para se reerguer como um município sempre
presente, desde os tempos do Estado de Mato Grosso Uno. A economia do Município

de Corumbá foi tão sufocado, que até mesmo sua população diminuiu. Vamos lá Dep.
Paulo Duarte, vamos sacudir a poeira e dar a volta por cima.

BENEDITO RODRIGUES DA COSTA – Economista




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