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Opinião e atitude no Mato Grosso do Sul

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Artigos • 25 set, 2023

O nosso Pantanal merece maior atenção!


O tempo vai passando, e o Pantanal vai se degradando a olhos vistos. Cantado em
prosas e versos, várias gerações assistiram discursos inflamados por ocasião das
disputas eleitorais, e, passados os resultados, o tema, tal e qual a Copa do Mundo, com
muita ênfase, volta a ser relembrado, porém, nada de concreto acontece. É muito
comum ouvirmos a expressão “ falta de vontade política”.

Falecido recentemente, o Poeta e Escritor Manoel de Barros, Pantaneiro de Raíz, uma
mente brilhante, merecedor de muitas homenagens, soube, com muita maestria divul-
gar a beleza e a importância desse bioma único, maior área alagada do Planeta Terra,
e, por isso mesmo, ganhando repercursão mundial, mas que não encontra eco nas
hostes políticas do Estado, e, muito menos do Poder Central de Brasilia.

Éssa falta de vontade política ao longo de décadas, tem causado um resultado desas-
troso à classe dos pecuaristas tradicionais, cujos fazendeiros, deixaram para seus her-
deiros a missão de dar continuidadeàs lides do campo; entretanto, a falta de atenção
em relação a investimentos que pudessem melhorar a qualidade de seus rebanhos, e,
uma política econômica voltada aos pequenos criadores, tornaram inviáveis a continu-
idade dos negócios.

A Cidade Branca, antes, pujantes, com lideranças consolidadas na política, e, por isso
mesmo, influentes nas decisões da distribuição do bolo orçamentário, ao que tudo
indica, não se preocuparam com o futuro do Pantanal, e, muito menos com a sua gen-
te. Seus investimentos preferidos, eram os confortáveis apartamentos na Cidade Ma-
ravilhosa. Porém, suas proles geralmente grandes, levando vida nababescas, não se
interessavam muito pela vida no campo, e o desastre foi inevitável, o empobrecimento
e a perda das propriedades.

Um gigantesco incêndio que por pouco não dizimou o Pantanal em 2020, deveria ter
servido de lição às nossas autoridades, porque o cidadão comum, mesmo unindo
forças levados pelo espírito de solidariedade, jamais conseguiriam evitar tamanha tra-
gédia, que, com toda certeza, varreu muitas espécies de vegetais nativos da região, e,
mesmo os répteis e animais de grande porte como as Onças e as Antas, foram seria-
mente afetados, inibindo as futuras gerações em conhece-los.

A impressão que a nossa classe política deixa, é a de que aos Pantaneiros compete a
difícil missão de administrar esse verdadeiro santuário, deixando transparecer que
desconhecem a região, e, portanto, os problemas dele advindo. É lastimável, porém, é
a realidade vivida pelo nosso Pantanal. Perguntamos: até quando ele resistirá?

BENEDITO RODRIGUES DA COSTA
Economista – Campo Grande – MS




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