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Artigos • 05 out, 2020

A OAB apregoa a democracia por meios antidemocráticos


(por Wagner Rocha D’Angelis ) – 

Chega da manutenção  desse mecanismo  que cheira e exala a ditadura! Inadmissível que a classe dos advogados  tenha adentrado  ao século XXI  curvada  a  um processo eleitoral indireto  para  a presidência do Conselho Federal da OAB.  Ora, tenho me colocado  contra isso  desde  a década de 1990,  mas  a  sistemática  de conchavos  e  compadrimos  conseguiu  empurrar  essa  geringonça antidemocrática até 2020 – e, lamentavelmente, ainda há os que a querem permanentemente!

Seja com que intenções – e espero que a mais sã e ética possível – a Seccional da OAB do Paraná, desde a sessão realizada no dia 8 de maio deste ano, deliberou clamar por eleições diretas para presidente do Conselho Federal. E agora decidiu colocar essa campanha à luz da opinião pública. Meno male que tenha acordado! Com um atraso de décadas, nas quais chegou a se valer do mecanismo em proveito próprio, eis que agora concorda em varrer esse entulho eleitoreiro para o lixo da história.

O Brasil tem hoje um pouco mais de 1 milhão e duzentos mil advogados, segundo dados de 2019. Uma gama imensa de profissionais esbulhada de um de seus mais elementares direitos: o de eleger por voto direto o presidente do Conselho Federal.

Somos advogados e advogadas que militam na defesa das liberdades públicas e dos direitos sociais regidos por uma diretoria sem a devida representatividade (o que lhe diminui a legalidade), que prega e fala em nome da democracia, valendo-se de um processo viciado e antidemocrático. Somos operadores e operadoras do Direito admitindo um embuste à semelhança do pleito presidencial adotado pelo regime militar para impor seus governantes e manter o “status quo” político por um pouco mais de 20 anos no país.

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