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Artigos • 12 out, 2022

Rose tem uma obsessão e dois problemas


(Dante Filho) – 

A deputada Rose Modesto anunciou que apoia o Capitão Contar e deu um tchauzinho ao União Brasil, partido que lhe deu sustentação eleitoral na campanha para o Governo do Estado. 

Pelas suas declarações ela tá um pote até aqui de mágoa. Tudo muito natural. 

Na verdade, ela já sabia: entrou nessa pra perder. Depois descobriu que era mera moeda de troca nas mãos de figuras inescrupulosas da nossa política. 

Rose não é ingênua. Conhece do babado, tanto que já habitou vários partidos, se aliou a várias lideranças (uma estão por aí, outras foram presas, e tem gente que logo, logo será presa), fazendo assim uma carreira baseada no populismo de nheco-nheco e no assistencialismo repleto de boas intenções mas com zero de pragmatismo.

O apelido de Rose é “Falsiane Modesto“. Ela não consegue falar a verdade em campanhas eleitorais sem antes olhar para seus próprios interesses. Seu mote de uns tempos pra cá tem sido que Mato Grosso do Sul é um Estado rico, mas tem muita pobreza e desigualdade. Ela propõe tirar essa riqueza do Governo e distribuir para a massa carente. 

Como fará isso? Ela nunca explicou. É apenas discurso. Se alguém perguntar se ela tem um programa bem desenhado de redução da pobreza extrema, ela dirá que vai fazer, com outro nome, aquilo que todos estão fazendo: criando bolsas de assistência, reduzindo carga tributária para setores específicos, isentando o pessoal de baixa renda de taxas de luz e água, enfim, injetando dinheiro para “fazer a roda da economia girar”.

Rose acha que o Governo do Estado acumulou bons superávits e precisar gastar esse dinheiro com o povão. Se essa fórmula fosse assim tão simples, então ela tá sugerindo que os atuais mandatários são seres maldosos, sem bondade no coração, e que ela, a fada madrinha da economia, fará que uma aspersão de dinheiro, certamente jogando maços de notas de R$ 10,00 de cima de um helicóptero, resolverá o problema. 

Rose vive em outro mundo. Agora ela vai se somar ao Capitão Contar, que não tem a mais pálida ideia de como se gerir uma administração pública, mesmo porque quando lhe foi dada a oportunidade na iniciativa privada, para gerir uma fazenda leiteira, resultou em fracasso. 

Mas o Governo do Estado é um lugar bom para aprender. Pergunte a Zeca do PT. Este aprendeu na marra e hoje sabe o tamanho do abacaxi que é a máquina pública.

Rose já foi Vice-governadora. O que ela aprendeu nesse período? Pelo visto não conseguiu vislumbrar as complexidades da administração, visto que suas demandas nesse período transitaram entre o empreguismo e o clientelismo, brigando por cargos, nomeações, prebendas.

A obsessão de Rose é ser prefeita de Campo Grande. Este é seu projeto de poder. Vai conseguir? Não se sabe. Mas ela precisa aprender a formar consensos amplos, compreendendo que vivemos numa sociedade diversa materialmente e autofágica do ponto de vista cultural. 

Rose ainda é jovem. A experiência ensina. Mas de nada adianta ter vontade política se não consegue compreende quais os “pobremas” que têm pela frente. 




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