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Artigos • 10 jun, 2020

A vida imita a arte


Oscar Wilde disse que a vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida.

No dia 21 de fevereiro de 1986 a Globo exibia às 20h00 o último capítulo da novela Roque Santeiro, a de maior sucesso da história da emissora.

Na pequena cidade de Asa Branca, Roque Santeiro foi um antigo morador que fazia milagres e morreu como mártir, defendendo a cidade de um bandido. Tudo mentira.

Porcina se dizia a viúva do mártir, outra balela.

Sinhozinho Malta (Lima Duarte) era um poderoso fazendeiro e chefe político local e apaixonou-se pela alegre viúva Porcina (Regina Duarte). Roque Santeiro (José Wilker) era tido como morto, mas estava vivo e retornou à cidade.

A novela transcorre na dúvida com qual dos dois personagens a viúva ficaria.

Havia três finais possíveis para o enredo: no primeiro, Porcina ficaria com Sinhozinho Malta; no segundo, com Roque Santeiro e, no terceiro, a viúva ficaria com Rodésio (Tony Tornado), seu motorista. Este último nunca foi divulgado pela emissora.

A novela da vida real começou com o convite para a atriz Regina Duarte assumir a Secretaria Especial de Cultura, em 17 de janeiro, e se enrolou, como novela, até 4 de março de 2020, com uma posse teatral, cercada de pompa e circunstância.

Neste meio tempo, certa ala do governo descobriu nos arquivos do Serviço Nacional de Informação (SNI) fotos de Regina com Fidel Castro. O encontro aconteceu em junho de 1984 e ela era vigiada pelo então serviço secreto do governo, que mais tarde passaria a se chamar ABIN.

Imaginem só, os militares da época não admitiam na novela as palavras de baixo calão e censuraram a palavra “bosta”, para hoje, participarem de reuniões ministeriais, nas quais, os palavrões são como vírgulas em cada frase proferida.

Claudio Henrique de Castro

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