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Crônica

Crônica • 30 maio, 2022

Saudades do Lió, o pioneiro que se foi


          Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração escorre pelos olhos uma dor.” (Bob Marley)

 

 Tenho percebido no correr dos anos que a gente vai perdendo amigos, deixando-nos com a sensação de dor, saudade e de impotência de reação. Como passei parte de minha vida produtiva em Cassilândia, é nela que construí amizades e relacionamentos sólidos, os quais sempre procurei mantê-los na medida do possível.

Mas vez ou outra vem uma surpresa com a morte de alguém – que embora distante permanece em nossa memória por fatos marcantes diversos. A fila tem sido extensa de personagens que foram embora ‘antes do combinado’, deixando lacunas irreparáveis.

Alguns deles: Adaias Marques Moreira, Joaquim Silva Sobrinho, Zico Pereira, Natal Piloto, Abilio M. Caldas, Raul Resende, Ib Queiróz, José Ancelmo, Jorcy  Barbosa, Valdomiro Gonçalves, Ataidinho, Donato e Deodato, Bizar dentista, Gilberto professor, Zé Quaranta, Valtinho Venditi, Adagmar Batista, Vaildo sapateiro e tantos outros.

Desta vez foi o personagem da notícia dolorida foi o Lió, de quem tenho passagens interessantes. Proprietário rural lá no Indaizão – região dos Carmargos – fazia questão de passar por lá para um papo e café amigo. Na última vez ele fez questão de mostrar sua horta irrigada, uma conquista e tanto para quem estava acostumado as dificuldades de antes sem energia elétrica.

Mas, marcante mesmo foi naquele horroroso episódio da morte do dr. Juraci Lucas ocorrido no dia 8 de julho de 1978. No fusca do vereador Zé Thiago levamos o corpo do médico para Cassilândia e na ‘Vaca Parida’ o carro enguiçou. Naquele ambiente de comoção foi solicitado que o Lió (que tinha um açougue no local) concluísse o transporte em sua camioneta  Pick-up Willys, carroceria de madeira para transporte de gado, até Cassilândia.  Para tanto o amigo Dorvino providenciou um colchão onde o corpo de Juraci foi colocado. Uma viagem dolorida.

Com minha vinda para Campo Grande e com a venda da fazenda, deixei de ter contato com o Ilió por razões naturais. Mas acabei de não cumprir a promessa feita a mim mesmo de que ‘qualquer dia’ dar uma passada lá no Chapéu Azul, para conferir  sua nova paisagem urbana e visitar o velho amigo. Pena.

Aqui registro o reconhecimento da importância de sua presença e ações durante o período residente no Indaiá do Sul, onde era referência da comunidade como cidadão. Coração enorme, sempre prestando socorro aos mais necessitados, Lió era sempre procurado nas mais diferentes situações. Em todas elas imperava seu espírito de doação e solidariedade.

Por tudo que fez como cidadão prestante, como pai de família exemplar, fica o registro desta homenagem em nome dos amigos e de toda comunidade cassilandense, inclusive do distrito de Indaiá do Sul.  Manoel Afonso

 

 




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