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Em pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, a deputada estadual Lia Nogueira (PSDB) sugeriu nesta quarta-feira (15) a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) a afim de investigar a Missão Evangélica Caiuá, que funciona dentro de uma reserva indígena, na cidade de Dourados, sua principal base eleitoral.

Segundo ela, a instituição que atua na saúde indígena, recebeu R$ 872 milhões de repasses federais.

A Missão Caiuá atua há 94 anos nas aldeias de Mato Grosso do Sul. Os primeiros missionários iniciaram o trabalho de evangelização em Dourados no início de 1929.

Além de levar a palavra de Deus, ofereciam desde àquela época cuidados com a saúde física e emocional dos povos indígenas da região.

A deputada tucana foi à tribuna se queixar da situação dos indígenas que vivem na reserva mais populosa do país e cobrou medidas urgentes na resolução da maior crise sanitária dos últimos anos nas aldeias habitadas pelas etnias Guarani e Kaiowá.

“Precisamos defender os direitos desta população, que sofre pela falta de água e saneamento básico. Há mais de 20 anos, essas famílias indígenas passam por este drama. É inadmissível, em pleno século 21, pessoas consumindo água que  sai do córrego, imprópria para consumo. É inaceitável pessoas usando água de chuva para beber e cozinhar. São famílias sem condições mínimas de higiene e não podemos ficar omissos enquanto parlamentares”, destacou.

Lia defende que o problema seja resolvido pela Sanesul, uma vez que a empresa é responsável por captar, tratar e distribuir água em Mato Grosso do Sul.

A deputada afirmou que pretende acompanhar o grupo de trabalho criado na semana passada pelo Governo do Estado e a Sanesul, para analisar a situação e buscar soluções para a falta de água na reserva indígena.

A fala da parlamentar foi avalizada pelos colegas Zeca do PT (PT) e Mara Caseiro (PSDB).

Em aparte, Mara defendeu “ações que levem cidadania às aldeias, para que os índios possam desfrutar de boa saúde, educação e oportunidade”.