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Artigos • 25 jun, 2020

Novas regras de trânsito, na contramão do Direito


Depois do Congresso Nacional privatizar a água, isto é, vender a maior riqueza
que o Brasil possui. Agora chegou a vez das regras de trânsito.
O Senado, em breve, votará o projeto 3.267/2019, encaminhado pelo Poder
Executivo ao Congresso para afrouxar as punições de trânsito no Brasil, vamos citar
alguns exemplos.
O aumento da validade da habilitação de cinco para dez anos e a partir de 50
anos valeria por cinco anos. A renovação de três anos exigidas para os que possuem 65
anos ou mais valeria para os com 70 anos de idade. Assim aumenta o perigo da direção
veicular se considerarmos o longo período, sem análise, das condições técnicas para
dirigir.
O projeto acaba com o credenciamento dos profissionais para os exames médico
e psicológico, e inaugura uma nova modalidade de profissionais, os de medicina de
tráfego e de psicologia de trânsito; isto é, inventa no que está funcionando bem.
Atualmente, a suspensão do direito de dirigir ocorre a partir de 20 pontos na
habilitação, o novo texto permitirá limites de 20, 30 ou 40 pontos, em 12 meses.
Para o condutor profissional que exerce atividade remunerada, a suspensão será
com 40 pontos, justamente os que deveriam ser mais os cuidadosos com o trânsito
poderão dobrar os pontos permitidos atualmente.
Na penalidade por dirigir com velocidade 50% (cinquenta por cento) superior à
permitida na via, o projeto retira a apreensão da CNH e a suspensão imediata do direito
de dirigir, exigindo um processo administrativo. Diferente do que decidiu,
recentemente, o Supremo Tribunal Federal sobre a imediata retirada da habilitação e da
suspensão do direito de dirigir.
No Brasil, a cada uma hora, cinco pessoas morrem em acidentes de trânsito. A
violência no trânsito está banalizada, tornou-se “normal”.
Afrouxar as normas de trânsito será a solução?
Nos países europeus e asiáticos, eles tornaram mais rígidas as regras de trânsito
e, assim, tiveram a drástica redução do número de vítimas e a maior conscientização dos
condutores.

Claudio Henrique de Castro




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