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Artigos • 04 mar, 2024

O PT é profissional, os bolsonaristas são amadores e cafonas


(por Luiz Felipe Pondé, na FSP) –

Um dos grandes truques deles é dar migalhas aos miseráveis, enquanto frequentam os coquetéis dos milionários

Não há oposição legítima ao PT entre nós. Os “conservadores” do legislativo estão a venda sempre. Oferecem oposição até a próxima mesada. Os evangélicos, em última instância, também estão a venda. Mas, estes seriam a última resistência em termos de população comum, apesar de que, como são evangélicos, ninguém os levaria a sério: tudo que creem é fake news. No final do dia, toda oposição ao PT é apenas manobra de barganha fisiológica.

As redes poderiam fazer frente ao domínio universal do PT porque, como dizem por aí, “as redes são da direita”, mas, o resultado disso seriam idiotas quebrando tudo nas ruas e os “democratas” gritando em uníssono: Golpe! Golpe!

A Europa tem leis que regulam a internet. Mas esses países não são corruptos como o Brasil. Aqui, a regulação da internet servirá apenas para o PT destruir qualquer oposição popular a ele —com ajuda da “Justiça”. Não é à toa que a infantaria da imprensa —99% de esquerda— fica com água na boca quando ouve a expressão “regulação das redes”. Pessoalmente, penso que um Estado corrupto como o nosso é muito mais perigoso para a liberdade do país do que as plataformas digitais.

A colonização do STF é mais complexa, mas possível e em curso —basta ver a emoção da chegada ao Supremo dos terrivelmente lulistas, assim como nos tempos do Bolsonaro, a chegada do terrivelmente evangélico. Os salamaleques nesse caso são mais longos. O processo de redução do poder de freio e contrapeso que o STF poderia oferecer ao PT viria regado a muitos discursos empolados sobre o “império da lei” e sobre a democracia ser um regime jurídico e, por isso mesmo, sustentada no princípio do Estado de Direito —o que é pura verdade.

Aqui está uma cartada sofisticadíssima da ameaça a democracia que traz o PT, uma vez tendo colonizado o STF —colonização esta por simpatia ideológica ou mero oportunismo de ocasião: o “golpe” aconteceria de modo invisível e dentro do Estado de Direito. A máquina de censura jurídica operaria na velocidade da luz e na densidade de um enxame de abelhas. Processos, perda de patrocínio, de emprego, apagamento e cancelamento de qualquer resistência publicamente mais significativa.

As “minorias identitárias” chorariam juntas pelo Brasil “progressista”. Nenhuma resistência seria oferecida por essas minorias a um golpe na democracia dado pelo PT, pelo contrário, ajudariam a esmagar qualquer reação sob a rubrica de crítica a uma fobia qualquer.

A virada diplomática brasileira no sentido de regimes totalitários é muito clara: Rússia, Venezuela, Irã, Hamas. O país piorou: até a diplomacia hoje é miserável.

Os ricos vivem bem com qualquer governo. Viveram bem no Lula 1 e 2, e no Dilma 1, e viverão bem nos 100 anos do PT. Um dos grandes truques deles é dar migalhas aos miseráveis, com discursos açucarados, enquanto frequentam os coquetéis dos milionários, oferecendo “descontos” nos encargos e empréstimos generosos. Em Brasília, não existe vergonha na cara.

A sociabilidade na elite intelectual que reúne acadêmicos, jornalistas, psicanalistas, editores, artistas e agentes culturais, funciona como um método difuso de repressão.

Maledicência, exclusão, inviabilização do dia a dia de trabalho e lazer entre colegas são suas marcas. Isso foi bem mostrado pelo historiador Tony Judt no seu impecável “Passado Imperfeito” sobre a sociabilidade intelectual francesa na primeira metade do século 20. Tendo essa sociabilidade a seu favor, a “democracia petista absoluta” caminharia segura para o domínio da “cultura”.

Uma das misérias do país é não ter uma cultura decente que não mame nas tetas do PT, não chore lágrimas de crocodilo e que não seja disposta a apoiar um regime totalitário que abrace suas opções políticas e garanta suas carreiras profissionais. O PT é profissional, os bolsonaristas são amadores e cafonas.




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